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Eleições na Alemanha: conservadores vencem, mas precisam de alianças para governar

Atualizada em 23/02/2025 16:21

Olaf Scholz (SPD) e Friedrich Merz (CDU): o atual chanceler Olaf Scholz e seu SPD foram os maiores derrotados da eleição (Getty Images)

CDU/CSU de Friedrich Merz supera Olaf Scholz e o SPD, enquanto ultradireita quase dobra votação

A Alemanha foi às urnas neste domingo, 23, em meio a uma crise econômica e
tensões políticas. Os primeiros resultados indicam a vitória da aliança
conservadora CDU/CSU, com 30% dos votos, credenciando Friedrich Merz como
favorito ao posto de chanceler federal.

Apesar da vitória, a legenda não conquistou maioria absoluta no Parlamento e precisará
negociar alianças para formar governo. O Partido Social-Democrata (SPD), do atual
chanceler Olaf Scholz, sofreu uma derrota histórica, caindo para a terceira posição, com
apenas 16% a 16,5% dos votos – seu pior desempenho em mais de um século.

A ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) surpreendeu ao obter 19,5% a
20% dos votos, tornando-se a segunda maior força no Bundestag. Já os Verdes ficaram
com 13,5%, enquanto os liberais do FDP, antigos parceiros de Scholz na coalizão,
tiveram um desempenho abaixo do esperado e correm o risco de não ultrapassar a
cláusula de barreira.

CDU/CSU vence, mas sem maioria

A vitória de Merz representa uma guinada conservadora na política alemã. O líder da
CDU prometeu endurecer políticas migratórias e resgatar a influência dos conservadores
após os anos centristas sob Angela Merkel.

No entanto, sem maioria absoluta, Merz precisa negociar alianças para garantir
governabilidade. Como já descartou se unir à AfD, os analistas apontam que ele terá que
buscar apoio de partidos rivais, como o SPD ou os Verdes.

O sistema político alemão exige que um chanceler tenha apoio de mais da metade dos
630 assentos no Bundestag para governar. Negociações podem levar semanas até que um
novo governo seja formado.

SPD e Scholz sofrem derrota histórica

O atual chanceler Olaf Scholz e seu SPD foram os maiores derrotados da eleição. Com
apenas 16%dos votos, os social-democratas registraram seu pior resultado em mais de
um século.

A queda foi impulsionada pela desaceleração econômica e pelo desgaste do governo.
Scholz, que assumiu em 2021, perdeu apoio popular e será o chanceler mais breve da
Alemanha reunificada, com menos de quatro anos no cargo.

AfD cresce, mas segue isolada

A ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) dobrou sua votação e agora ocupa a
segunda maior bancada do Parlamento. Com um discurso radical anti-imigração, o
partido ampliou sua base ao longo da campanha, especialmente após ataques violentos
cometidos por estrangeiros no país.

Alice Weidel, candidata da AfD à chancelaria, celebrou o desempenho nas urnas e
afirmou que o partido tem como objetivo “ultrapassar a CDU” no futuro.

No entanto, a sigla enfrenta uma barreira política: nenhuma outra legenda tradicional
está disposta a negociar uma coalizão.

O chamado “cordão sanitário”, pacto entre os partidos alemães para isolar a extremadireita, tem sido eficaz. Mesmo em eleições estaduais onde a AfD foi a mais votada,
como na Turíngia em 2024, o partido não conseguiu formar governo.

O avanço da AfD e suas conexões externas

AAfD foi fundada em 2013 com uma agenda eurocética, mas rapidamente adotou pautas
radicais contra imigração. Parte de seus diretórios estaduais são classificados como
“extremistas de direita” pelo serviço de inteligência alemão.

Nos últimos anos, a legenda tem recebido apoio externo. Durante a campanha, o
bilionário Elon Musk e o vice-presidente americano J.D. Vance expressaram apoio
público à sigla, levantando suspeitas de interferência estrangeira.

AAlemanha também acusou a Rússia de tentar influenciar a eleição por meio de
campanhas de desinformação nas redes sociais. Além disso, um assessor da AfD foi
preso por suspeita de espionagem para a China, e um parlamentar do partido teria
recebido verbas russas.

O futuro político da Alemanha

Agora, os próximos passos envolvem intensas negociações para definir a nova coalizão
de governo. Merz aparece como principal candidato à chancelaria, mas precisa costurar
alianças para consolidar seu poder.

A ascensão da ultradireita e a fragilidade dos social-democratas sinalizam uma mudança
significativa no cenário político alemão, que pode impactar tanto a Europa quanto a
economia global nos próximos anos.

*Com informações do Exame

 

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