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Relação do MDB com o PT e o PC do B foi empolgante no início, estressante no meio e trágica no fim

Atualizada em 16/10/2024 10:10
Uma semana após a derrota acachapante da esquerda no Acre, sobretudo em Rio Branco, o presidente regional do PT, ex-deputado e professor da Ufac, Daniel Zen, e o único vereador eleito em Rio Branco, André Kamai, em nota em conjunto para se posicionar sobre o resultado da disputa pela Prefeitura da capital.  Os petistas rechaçam o discurso do MDB de que o apoio do PT e de outros partidos de esquerda a candidatura de Marcus Alexandre teria sido o responsável pela derrota do ex-prefeito nas urnas.
Segundo Zen e Kamai, a votação obtida em Rio Branco por Marcus Alexandre, ainda no PT, na eleição para governo de 2018, foi de 64.165 (32,11%) votos. Agora em 2024, seis anos depois e já no MDB, a votação foi de 68.824 (34,77%) votos. Ou seja: a ida dele para o MDB, entendida como uma redenção, só foi capaz de lhe agregar míseros 4.659 votos ao ativo já construído em sua trajetória no PT. O ex-deputado e o vereador eleito afirmam, ainda que, o MDB prefere atacar ‘aliados’ que estavam no mesmo palanque nas eleições de 2024, do que fazer uma autocrítica. Colocar a culpa no PT, na esquerda ou em quem quer que seja é de uma covardia sem limites. É um comportamento medíocre, típico de partidos fracos e oportunistas. Os petistas revelam ainda que houve uma promessa de que a coligação teria acesso a recursos consideráveis para a campanha, o que segundo eles, não aconteceu.
A responsabilidade pela derrota, segundo Zen e Kamai, muito mais do MDB do que de qualquer aliado seu. Disseram que haveria recursos para a campanha majoritária quando, em verdade, não tinham um pau pra dar num gato. Não ajudaram os candidatos a vereador dos demais partidos com nada. Nem os tradicionais santinhos, havia. Os candidatos do MDB e suas equipes sequer participavam das atividades da campanha majoritária, que só aconteciam graças a presença dos antigos aliados de Marcus Alexandre que, mesmo renegados e diante do naufrágio iminente, não abandonaram o barco, seguindo firmes do início ao fim. Petistas coram para um lado, emedebista se lastimam e reclamam do outro. Imagino como estão os comunistas que não elegeram um representante na Câmara de Rio Branco.
O fracasso nas urnas comprova que essa mistura entre emedebista/petistas/comunistas foi heterogênea, ou melhor, explosiva. Não por acaso, antes mesmo da chamada missa do sétimo dia, os dirigentes do MDB se apressaram para declarar que não pretendem mais caminhar com os partidos de esquerda. Os esquerdistas reagiram tipo quando um romance chega ao fim que um fica dizendo que não quer mais o outro. No fundo, os petistas e os comunistas não estavam contentes com essa relação com os emedebistas, no estilo amante argentina. Além disso, alguns “articulistas” enganaram os três partidos afirmado que o governador Gladson Cameli (PP) não transferia votos e que o prefeito Tião Bocalom e os demais prefeitos da direita estavam queimados e desgastados. Na prática, essa mistura do MDB com o PT e o PC do B foi empolgante e deslumbrante no início, preocupante e estressante no meio, mas complicada e trágica no fim.
Absurdo
Alguns emedebistas chegam a culpar o Governo Federal por nada ter feito para impedir a liberação de R$ 140 milhões do empréstimo que a Prefeitura da Capital contraiu junto ao Banco do Brasil, para custear as ações do programa Asfalta Rio Branco. Os caras falam como se o recurso público tivesse algum dono. Se há base legal e capacidade de endividamento por parte da prefeitura, ninguém pode impedir. Ninguém votou ou deixou de votar em Bocalom por causa de asfalto. Rio Branco reelegeu Bocalom por não querer mais a volta da esquerda.
Caldo de piaba
Os candidatos a vereador da Fé-Brasil obtiveram, na somatória, 8.971 votos. Já os da federação Psol/Rede obtiveram 2.776. Com toda a alegada rejeição, o fato é que, juntos, os partidos do chamado campo progressista de esquerda que estavam na aliança com o MDB obtiveram 11.747 votos. Isso equivale a 17% da votação majoritária. A votação dos candidatos dos partidos de esquerda foi mais fraca do que caldo de piaba. Mais uma prova de que os acreanos estão intolerantes com os lacradores de plantão.
Ridículo
Também foi ridícula a votação dos candidatos do PSD, do senador Sérgio Petecão e da vice-prefeita de Rio Branco, professora Marfisa Galvão. O partido de Petecão ficou sem representante na Câmara de Rio Branco e elegeu apenas 20 vereadores nos demais municípios.  Ao se misturar com a esquerda, o senador perdeu votos da direita e não conseguiu conquistar apoio na esquerda. Resta saber como ele vai conseguir se reinventar e se preparar para encarar a disputa pela reeleição.
Há mais de 20 anos
Ao ser entrevistado por este colunista no programa Boa Noite Rio Branco, nesta terça-feira, 15, na TV Rio Branco-Rede Cultura, o vereador eleito, José Ayache (PP) afirmou que é filiado ao partido há mais de 20 anos. Lembrou ainda que seus familiares são dos velhos tempos da Arena, que virou PSD, PDS, PPR, PPB e agora PP. Ele obteve 5.497 votos e ficou em terceiro lugar na disputa, perdendo apenas para seus correligionários Bruno Moraes e Samir Bestene.
Deu o sinal
Também conversei nesta terça-feira, no programa Boa Noite Rio Banco, na TV Rio Branco, com o ex-deputado e vereador eleito pelo MDB, Eber Machado. O MDB divide com o PL e o União Brasil a segunda maior bancada da Câmara de Rio Branco. Ele afirmou que pretende fazer oposição responsável e não irá atrapalhar o prefeito reeleito Tião Bocalom (PL). Eber lembrou que, em 2020, apoiou a eleição de Bocalom. Ao que tudo indica, ele também fará parte da bancada governista na Câmara de Rio Branco.
Eu já sabia
Uma semana após ser derrotado, obtendo apenas 1% dos votos na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o candidato do PSDB, jornalista e apresentador José Luiz Datena, declarou apoio ao candidato da esquerda, Guilherme Boulos (Psol). Na verdade, todo mundo já sabia que Datena iria apoiar Boulos. Ele sempre foi petista-comunista, atuava como animador de comícios no interior. Além disso, é lulista juramentado.
Desastroso
Datena foi tão desastroso que acabou prejudicando seu partido. Os tucanos, pela primeira vez, desde sua fundação, não conseguiram eleger representante na Câmara de São Paulo. Ele anunciou o fim de sua melancólica e curta carreira política. Datena nem deveria ter entrada no cenário político. A Band só aceita renovar contrato com ele, com redução salarial de 70%. Além de queda, coice! Quem planta espinhos, não pode colher flores!
Apoio dos tucanos
A direção do PSDB de São Paulo declarou apoio, incondicional, à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Em 2020, Ricardo Nunes foi eleito como vice-prefeito na chapa liderada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), que morreu em maio de 2021, vítima de câncer. Os tucanos sempre mantiveram excelente relação com Nunes. Por isso, decidiram apoiar o prefeito na luta contra a esquerda radical em São Paulo, representada pelo Psol de Guilherme Boulos, o candidato do Lula e do Zé Dirceu.
Reeleição
Candidato JHC (PL) venceu a disputa para a Prefeitura de Maceió, com 83,25% dos votos válidos. Rafael Brito (MDB) ficou em segundo lugar, com 12,74% dos votos válidos. João Henrique Holanda Caldas, o JHC, do PL, foi eleito com a bandeira da continuidade ao projeto iniciado na primeira gestão que, segundo ele próprio, “resgatou o orgulho do maceioense pela cidade”. Em 2020, renunciou ao mandato de deputado federal para assumir como prefeito.
Lula e Renan
Presidente Lula lançou Ricardo Barbosa, mas ele foi um fracasso na chamada pré-campanha. Por isso, Lula retirou o petista e passou a apoiar o candidato de Renan Calheiros, Rafael Brito (MDB), numa desesperada tentativa de evitar a reeleição do candidato de Jair Bolsonaro. No entanto, petistas e emedebistas morreram abraçados. O candidato de Bolsonaro foi reeleito como mais de 83% dos votos. Os que aproveitaram a pandemia para tirar oprimir e perseguir as pessoas humildes, foram castigados agora nas urnas. Bem feito. Eu acho é pouco!
O peso do sogro 
Genro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Danilo de Lula, sofreu uma derrota na eleição para a Prefeitura de Barra dos Coqueiros (SE). Ele obteve apenas 781 votos, o que representa 3,26% dos votos válidos, e ocupou a última posição na disputa. Ele chegou a polarizar com o candidato do PSFD,  Airton Martins. Para tentar a vitória, o genro do presidente Lula chegou a gravar um vídeo pessoalmente com o sogro, mas o vídeo teve efeito devastador. Danilo foi derrotado por ser do PT e genro de Lula.

Agradecimento

Nas redes sociais, Danilo se manifestou no dia seguinte ao pleito no qual ele foi derrotado nas urnas e agradeceu pelos 781 votos. “Muito obrigado a todos barracoqueirenses que acreditaram na mudança. Nossa caminhada por uma Barra dos Coqueiros para todos foi linda. Quem luta por uma cidade mais justa não descansa. Seguimos juntos! Agradeço a cada voto de confiança. A Barra continua merecendo mais”, registrou o genro de Lula.
A força do pai
Sem fazer campanha, Jair Renan Valle Bolsonaro foi eleito a vereador mais votado pelo PL em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, com 3.033 votos. Filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o agora político de 26 anos foi o campeão de votos. Natural do Rio de Janeiro, Renan se mudou para Santa Catarina e trabalhou como assessor do senador Jorge Seif (PL). Lá, a exemplo de outras cidades, o PL de Bolsonaro massacrou o PT de Lula: 5 x 1.
Goelada
Cinco candidatos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro venceram eleição em primeiro turno nas capitais. Os candidatos apoiados pelo presidente Lula (PT) foram eleitos em apenas duas capitais. Bolsonaro vai ampliar essa vantagem em segundo turno, pois em 14 capitais, seus aliados disputarão o pleito, entre as quais São Paulo. Lula tem chance de vencer em apernas cinco capitais. O PL elegeu 509 prefeitos nas eleições deste ano. O PT elegeu apenas 248 candidatos e levou outra “goleada” no confronto direto com o PL.

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