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Desembargador é preso por operação que investiga presidente da Alerj

Publicado em 16/12/2025

O desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (16), no Rio de Janeiro. Ele é alvo da Operação Unha e Carne 2, desdobramento da ação que, no início do mês, resultou na prisão do então presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar.

A investigação apura o vazamento de informações sigilosas relacionadas à Operação Zargun, deflagrada em setembro, que prendeu o então deputado estadual Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias, além de outras 17 pessoas, por envolvimento com facções criminosas.

Macário Júdice Neto é relator do processo que investiga TH Joias no TRF2. Após a prisão, o magistrado foi encaminhado para a superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Além da prisão preventiva, a Operação Unha e Carne 2 cumpre dez mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, área de jurisdição do tribunal.

As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão inseridas no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como ADPF das Favelas, que determina à Polícia Federal a apuração da atuação de organizações criminosas no estado e possíveis conexões com agentes públicos.

Defesa

Em nota, a defesa do desembargador afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, teria sido “induzido a erro” ao autorizar a prisão preventiva. O comunicado, assinado pelo advogado Fernando Augusto Fernandes, sustenta que não foi disponibilizada cópia da decisão judicial que determinou a prisão, o que, segundo a defesa, compromete o exercício do contraditório e da ampla defesa.

O advogado também informou que nada de irregular foi encontrado durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão e antecipou que pedirá a revogação da prisão assim que tiver acesso integral aos autos.

“É preciso investigar a quem interessa o afastamento do desembargador, responsável por determinar prisões relevantes no Rio de Janeiro, e a criação de versões falsas que culminaram nos fatos de hoje”, diz a nota.

Relembre o caso

A Operação Zargun teve como principal alvo o então deputado estadual TH Joias, acusado de ligação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV), incluindo a intermediação na compra e venda de armas. Ele ocupava uma vaga como suplente na Alerj, mas perdeu o mandato após a prisão, com o retorno do deputado titular.

No início de dezembro, a primeira fase da Operação Unha e Carne prendeu Rodrigo Bacellar, acusado de repassar informações sigilosas da Operação Zargun a TH Joias. Bacellar permaneceu preso por cinco dias e foi solto após decisão da própria Alerj, que revogou a prisão, conforme prevê a Constituição. No dia seguinte à soltura, ele solicitou licença do cargo.

Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, Bacellar passou a usar tornozeleira eletrônica e cumprir medidas cautelares, como afastamento da presidência da Alerj, recolhimento domiciliar, proibição de contato com outros investigados, suspensão do porte de arma e entrega do passaporte.

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