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No 5º voo, SpaceX recupera primeiro estágio do Starship

Atualizada em 13/10/2024 09:38

Etapa complexa e fundamental pode viabilizar rápido reúso do maior foguete do mundo

São Paulo

Em uma janela magra de apenas 30 minutos, a SpaceX conseguiu neste domingo (13) realizar mais um lançamento de seu superfoguete Starship —o quinto da série— e, pela primeira vez, recuperou o primeiro estágio num inédito pouso na própria plataforma de lançamento, em Starbase, instalação da companhia americana em Boca Chica, no Texas.

É difícil superestimar a realização. A recuperação do primeiro estágio é um passo essencial para tornar o veículo rapidamente reutilizável, condição para que ele possa viabilizar o retorno tripulado da Nasa à Lua ainda nesta década, a partir da missão Artemis 3.

O voo ocorreu de acordo com o planejamento da empresa, que vinha enfrentando dificuldades para obter autorização da FAA (agência que regula voos comerciais de foguetes nos EUA). A entidade governamental chegou a declarar que a liberação para essa missão era esperada apenas para o fim de novembro, o que causou manifestações ácidas e públicas da SpaceX.

SpaceX recupera, pela primeira vez, primeiro estágio num inédito pouso na própria plataforma de lançamento, em Starbase, instalação da companhia americana em Boca Chica, no Texas. – Reprodução

A FAA alegava mudanças no perfil de voo, com relação ao quarto lançamento, o que exigiria consulta a outras agências antes da liberação. A companhia de Elon Musk, por sua vez, alegava que as alterações eram pouco relevantes, já haviam sido contempladas nos estudos de impacto e não traziam ameaça adicional ao público ou ao meio ambiente.

A pressão, que veio acompanhada por apoios na indústria e no Congresso, deu certo, e a agência acabou acelerando o processo de licenciamento, autorizando o voo deste domingo. Mantendo a atitude debochada e descolada de uma empresa que já lançou um automóvel ao espaço, a SpaceX lançou no sábado um pequeno videogame online do Starship, em que o usuário pode lançar e tentar recuperar o primeiro estágio do foguete. Durante o carregamento do jogo, aparece a mensagem “pendente por aprovação regulatória”. Divertido.

A decolagem ocorreu dentro da janela estipulada para voo, exatamente às 9h25 (pelo horário de Brasília, duas horas antes em Boca Chica), e mais uma vez o maior foguete já construído no mundo entregou um desempenho dentro do esperado.

O primeiro estágio se separou com apenas dois minutos e 41 segundos de voo, para um retorno controlado até a plataforma de lançamento. A empresa havia declarado que só tentaria o procedimento se tudo corresse de forma precisa nas manobras de retorno —no quarto voo, isso havia acontecido, com uma margem de erro de meio centímetro, numa descida suave no oceano. Foi o que deu a confiança para uma tentativa de pouso na plataforma já no quinto voo, mesmo com o risco de danos à estrutura de lançamento.

A estratégia para recuperar com eficiência máxima o primeiro estágio do Starship, em contraste com o que a SpaceX já faz com seus foguetes Falcon 9, que pousam ou em plataformas adjacentes ou em balsas no mar, envolve o uso de uma espécie de garras gigantes, dispositivo que a empresa chama de “Mechazilla”, como pinças, que seguram o foguete em processo final de frenagem em pleno ar, para depois colocá-lo exatamente na embocadura da plataforma.

Isso nunca havia sido tentado antes, e surpreende que seja demonstrado logo de cara com um lançador do porte do Starship —só o primeiro estágio tem 70 metros de altura, o equivalente a um prédio de 25 andares. O veículo inteiro tem 121 metros.

Descendo exatamente no local de onde ele sobe, a estratégia de reúso se torna clara —caso não seja preciso fazer grande manutenção, basta reabastecê-lo e lançar novamente. Isso, contudo, é algo que a SpaceX ainda precisará demonstrar.

A capacidade de fazer lançamentos em rápida sucessão é essencial para os planos da empresa, que quer eventualmente colonizar Marte, e da Nasa, que pretende usar o Starship para missões tripuladas à superfície da Lua. Para viabilizar o programa Artemis, o segundo estágio do Starship (a espaçonave propriamente dita) precisará ser reabastecido em órbita terrestre, talvez até duas dezenas de vezes, antes de partir para a Lua. A necessidade de voos sucessivos se torna óbvia.

Ainda resta também demonstrar essa capacidade de reabastecimento em órbita, algo jamais feito nessa escala antes. Mas sem dúvida um passo importantíssimo —talvez o mais difícil— tenha sido concluído neste domingo.

Segundo estágio completa viagem e explode no mar

Enquanto o primeiro estágio pousava de volta em Starbase, o segundo seguiu sua viagem ao espaço e reproduziu os resultados do quarto voo, com uma inserção numa trajetória quase orbital que levaria a uma reentrada atmosférica natural sobre o oceano Índico.

A exemplo do teste anterior, o veículo sobreviveu ao calor violento do mergulho pelo ar —desta vez com menos danos, graças a mudanças consideráveis feitas no escudo térmico da nave— e manobrou para um pouso no mar, cerca de uma hora e cinco minutos após o lançamento.

O pouso no local designado foi seguida de uma também já esperada explosão, que pôde ser vista graças a câmeras colocadas em boias no local, o que confirma a precisão da descida.

Eventualmente, a SpaceX espera também realizar recuperação e reúso do segundo estágio —algo que jamais foi feito com qualquer foguete até hoje.

Em maio, Elon Musk disse que a empresa esperaria dominar o pouso do primeiro estágio até o fim deste ano, e o pouso do segundo estágio até o fim de 2025. Mais recentemente, em setembro, o empresário diz que a companhia deve mandar até cinco Starships para Marte, sem tripulação, em dois anos.

Já a missão Artemis 3, de retorno à superfície da Lua, a Nasa pretende conduzir até o fim de 2026, mas quase com certeza irá atrasar

Com informação Folha UOL

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