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Linguagem hiperbólica

Atualizada em 22/02/2024 11:16

Quando um chefe de Estado vê-se condicionado a tratar  de determinados assuntos deve evitar as hipérboles.

        Estou morrendo de frio. Esta expressão, por si só bastaria para esclarecer como as hipérboles são bastante utilizadas no nosso linguajar cotidiano. Ainda bem que entre os muitos que previram as suas próprias mortes tem como motivo o frio, com razoável freqüência, são encontrados em bares e sorveterias.

        Eu mesmo, avesso as altas temperaturas, por incontáveis vezes, já cheguei a dizer que estava morrendo de calor. Este é mais um exemplo a revelar o quanto às hipérboles são recorrentemente utilizadas.

        Aos que recorrem às hipérboles como forma de se expressarem, o que tem sido bastante comum, nem sempre o faz com ou por maldade, exceto nos ambientes altamente inflamados, a exemplo do que está ocorrendo na guerra Israel/Hamas.

         Sobre a referida guerra, algo precisa ser dito e com a devida clareza: o Hamas é, ao mesmo tempo, uma organização criminosa e terrorista, e em relação a guerra em curso, o principal causador. Portanto, todo aquele que ousar defender o Hamas ignorando o atentado do dia 7 de outubro de 2023, no qual, 1.200 israelenses foram brutalmente assassinados acumplicia-se do mesmo crime.

        Quanto ao comportamento igualmente criminoso do primeiro ministro de Israel, Benjamin Natanyahu, basta que se diga que 30.000 palestinos que já forram mortos na presente guerra, a maioria, composta de crianças e mulheres.

        Que Israel enquanto país tinha e continua tendo todo o direito de se defender e de reagir, disto não resta a menor dúvida, conquanto que, o dito cujo, Benjamin Natanyahu, não viesse a praticar os mais desumanos crimes de guerra.

          Em relação à hipérbole proferida pelo presidente Lula, dado acidez do nosso esquentado clima político, refiro-me a nossa maldita polarização política, jamais os bolsonaristas iriam deixar por menos, sobretudo, pelo fato de ter feito uso da palavra “holocausto” para chamar a atenção dos palestinos que foram mortos.

           Desde o ano 1948 até os dias de hoje, diversas guerras já ocorreram entre os judeus e os palestinos, e em algumas delas sequer o Hamas existia. Portanto, não tenhamos dúvidas: não será com a presença do sanguinário Natanyahu que haverá paz no oriente médio.

        Quanto à hipérbole proferida pelo presidente Lula, aquela em que ele se reportou ao holocausto, foi um gravíssimo erro, afinal de contas, sempre que um chefe de Estado precisa falar da mais negra página da história da humanidade precisa cercar-se de todos os cuidados.

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