Publicado em 05/06/2025
No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quinta-feira (5), os dados do sistema PRODES (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), acendem um alerta para a crescente pressão sobre a floresta amazônica no Acre. Entre 2008 e 2024, o estado acumulou 7.229,38 km² de área desmatada, posicionando-se como o quinto mais impactado entre os nove estados da Amazônia Legal.
Embora em 2009 o desmatamento no Acre tenha sido de apenas 161,73 km² , um dos menores índices da série histórica , os anos seguintes revelam uma tendência de alta. O período entre 2018 e 2022 foi especialmente crítico.
Sob a gestão do governador Gladson Cameli (PP), a devastação florestal saltou para 706,88 km² em 2019. O avanço continuou em 2020 (660,72 km²) e alcançou o pico em 2022, com impressionantes 1.005,86 km² desmatados — o maior número já registrado no estado.
Nos anos de 2023 e 2024, houve uma leve redução, com 462,95 km² e 409,00 km² de floresta derrubada, respectivamente. No entanto, os números ainda estão acima da média histórica, indicando que a pressão sobre os territórios florestais permanece intensa. Mesmo com uma extensão territorial menor do que líderes do desmatamento como Pará, Mato Grosso e Amazonas, o Acre respondeu por 5,57% de todo o desmatamento na Amazônia Legal no período, superando estados como Roraima, Maranhão, Amapá e Tocantins.
Diante do cenário, o governo estadual lançou em 2025 a Operação Contenção Verde, uma iniciativa preventiva para conter o avanço da destruição ambiental, especialmente nos municípios considerados mais vulneráveis. Os resultados da operação só serão conhecidos ao final do ano.
A ação é coordenada pela Casa Civil e executada em conjunto com diversos órgãos estaduais e federais, entre eles o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), a Polícia Militar (PMAC), o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), a Defesa Civil Estadual, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros Militar (CBMAC), o Gefron, o Ciopaer, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Ibama, com apoio do Programa REM.