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quarta-feira, 26 de novembro de 2025
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Na Paulista, Bolsonaro tenta mostrar força política e pressionar o STF

Ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo (06/04/2025) (Miguel SCHINCARIOL/AFP)

Com mote ‘Justiça já’, manifestação ocorre na mesma semana em que o Supremo abriu prazo para suas alegações finais no processo sobre trama golpista

O ex-presidente Jair Bolsonaro lidera neste domingo, 29, na Avenida
Paulista, em São Paulo, mais um ato com apoiadores que tem principalmente
os objetivos de reafirmar a sua liderança política na direita e questionar
o Supremo Tribunal Federal. O encontro, a partir das 14h, deverá ter a
presença de dezenas de parlamentares aliados e de ao menos quatro
governadores. Na última concentração desse tipo na via, em abril deste ano, o
ex-presidente conseguiu reunir 45 mil simpatizantes.

Uma diferença sutil, no entanto, separa este ato da manifestação anterior no
mesmo local: o fogo contra o Supremo deverá focar muito mais no processo
em que Bolsonaro é réu, sobre uma tentativa de golpe ocorrida no final de
2022. Com o lema “Justiça Já”, o ato ocorre na mesma semana em que o STF
abriu prazo para o ex-presidente apresentar suas alegações finais no processo.
Na manifestação de abril na avenida, o principal foco era a defesa da anistia
aos envolvidos nos distúrbios de 8 de janeiro de 2023, com o lema “Anistia
Já”. “A luta continua por democracia, por liberdade, por justiça. Compareça”,
afirmou Bolsonaro em vídeo de divulgação das manifestações.

Apesar da situação judicial complicada nesse processo — que pode, inclusive,
levá-lo à prisão –, os discursos no palanque na Paulista também deverão
lembrar o seu impedimento legal para disputar eleições até 2030 e as
condenações pesadas de apoiadores pelo quebra-quebra na Praça dos Três
Poderes em 2023.

Evangélicos e governadores
O principal organizador do ato é de novo o pastor evangélico Silas Malafaia,
da Assembleia de Deus, um dos mais aguerridos aliados do ex-presidente nos
últimos tempos. Na última terça-feira, 24, ele e mais de dez líderes
evangélicos gravaram um vídeo conclamando apoiadores para comparecerem à
marcha contra a “injustiça”. “Quero convocar todos vocês (…) para tomarmos
uma atitude diante de tanta injustiça de ver patriotas inocentes serem
condenados”, disse Malafaia.

Outro ponto que deverá destoar do último ato na Avenida Paulista é a adesão
de governadores. Na manifestação de abril, sete mandatários de estados foram
à Paulista em apoio a Bolsonaro, muitos deles com pretensões de disputar a
Presidência da República em 2026, como Tarcísio de Freitas (São
Paulo), Ratinho Jr. (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo
Caiado (Goiás).

Até a última sexta-feira, 26, no entanto, Ratinho Jr. e Caiado já haviam
declarado que não participariam do ato. Zema afirmou que sua participação
dependeria de seu voo vindo do Japão. Tarcísio, Jorginho Mello (Santa
Catarina) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro) confirmaram presença.

Tentativa de voltar à Presidência
Bolsonaro também tem investido em outros atos de demonstração de força
política, com uma agenda de viagens pelo país (batizadas de Rota 22 pelo seu
partido, o PL) e em grandes concentrações como as da Paulista e de
Copacabana, em março deste ano. Um dos objetivos é mostrar que é um nome
com muito potencial eleitoral, apesar de estar inelegível até 2030 em razão de
duas condenações pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas na última semana
mostra que Bolsonaro teria 46,5% das intenções de voto em um confronto
direto contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ficaria com 39,7% do
eleitorado, em um hipotético confronto de segundo turno pela Presidência da
República no ano que vem,

Além disso, Bolsonaro se empenha em mostrar a força política do seu
sobrenome, que também empatam ou vencem Lula em uma eventual disputa
de segundo turno em 2026 — caso não seja candidato, ele pretende ter
tamanho político suficiente para emplacar o nome que considera melhor, que
pode ser alguém do clã. No último ato na Paulista estavam ao seu lado a exprimeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos Carlos, Flávio e Jair Renan,
todos com pretensões eleitorais para 2026. Até agora, o ex-presidente não deu
demonstração de apoio à candidatura presidencial de nenhum dos
governadores de centro-direita que se apresentam como seus aliados e
potenciais presidenciáveis.

*Com informação da (Veja)

 

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