Atualizada em 03/11/2024 08:12
PIX é o principal meio de pagamento utilizado por brasileiros. Na última sexta (1º), novas medidas começaram a valer para melhorar segurançaDivulgação/Banco Central
Somente neste ano, o Banco Central comunicou nove incidentes; novas medidas de segurança começaram a valer a partir de sexta-feira
Rio – Desde que foi lançado, em novembro de 2020, o Pix se tornou o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros. Mas, somente neste ano, o Banco Central comunicou nove vazamentos de dados de chaves que permitem realizar transações. Estes incidentes abrem brecha para o cliente se questionar: é realmente seguro utilizar o Pix? Quais são os riscos que se corre a cada vazamento?
De acordo com o especialista em Direito Digital e Proteção de Dados e sócio do Godke Advogados, Alexander Coelho, o sistema Pix, em si, conta com uma robusta infraestrutura de segurança gerida pelo Banco Central. Entretanto, os vazamentos não ocorrem diretamente pelo sistema Pix, mas sim nos bancos e nas instituições financeiras que gerenciam as contas dos usuários.

Alexander Coelho diz que sistema Pix conta com "robusta infraestrutura de segurança" gerida pelo BCEduViana!
“O maior causador desses vazamentos é a falha de segurança nessas instituições, seja por vulnerabilidades em sistemas internos ou por ataques de engenharia social. Adicionalmente, a gestão inadequada de dados por parte de algumas empresas também expõe essas informações. Logo, o problema está na proteção dos dados dentro dessas instituições e não no sistema Pix propriamente dito”, explica.
Sobre os riscos imediatos, Coelho diz que com os dados vazados, golpistas podem realizar fraudes, como tentativas de phishing e até golpes mais sofisticados, como a clonagem de contas.
“Mesmo que o Pix em si não permita transações sem a autorização, golpistas podem usar dados vazados para enganar o usuário a autorizar transferências ou a fornecer dados adicionais que permitam mais golpes. Além disso, dados como CPF, número de celular e informações bancárias podem ser cruzados com outras bases de dados, aumentando o potencial de exposição e riscos”, frisa.
Especialista em Direito Digital e sócio do CNF Advogados, Rafael Federici lembra que os vazamentos ocorrem invariavelmente por falhas de segurança da informação nas instituições participantes, ou seja, vulnerabilidades provocadas por configurações inadequadas, softwares desatualizados, erro humano ou ataques cibernéticos.
“Estes dados cadastrais podem ser usados para falsificação de documentos, abertura de cadastros e contas bancárias em nome das vítimas. Não raro os dados vazados passam a integrar bancos de dados de informações pessoais que são comercializados na chamada dark web, ou seja, uma parte obscura da internet onde não existe regulação nem indexação por mecanismos de busca comuns, portanto, um ambiente propício à disseminação de crimes e atos ilegais”, ressalta.
*Com Informações O DIA