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sábado, 19 de abril de 2025
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Trair e coçar

Atualizada em 09/08/2024 10:21

    A amante que mais amei foi a política, porém foi a que mais me corneou.

             A expressão acima por sê-la de autoria do saudoso Roberto Campos, uma das nossas mais expressivas e coerentes figuras do nosso ambiente político, deixou-me a vontade para reproduzi-la, afinal de contas e de mais a mais, quem vive ou viveu neste pantanoso e traiçoeiro ambiente, o da nossa atividade política e diz que não traiu e nunca foi  traído, está faltando com a verdade.

            Lamentavelmente, no nosso país, as traições políticas já se tornaram tão freqüentes que nem mesmo àqueles que criam os nossos partidos políticos, justamente, por temer as tais traições, delas sequer conseguiram se livrar. A exemplificar: o atual deputado federal Luciano Bivar, criador do PSL, partido que possibilitou a eleição de Jair Bolsonaro a presidência da nossa República, por vários anos, comportava-se como seu dono, no qual mandava e desmandava, e para não fugir da regra, acabou traído.

              Jair Bolsonaro chegou aonde chegou tendo pertencido a nove dos nossos partidos e o criterioso e altamente critico Ciro Gomes, também. Portanto, se esta dupla trocou de partido por nove vezes, e sendo ou deveria ser o partido político a que pertencia o primeiro e o mais relevante parâmetro para avaliá-los, político e moralmente, as suas condutas, na melhor das hipóteses, pelo que ambos procederam, já fizeram por merecer a condição de nômades partidários.

          Aqui no Acre, por quase duas décadas, período em que o petismo, ou mais precisamente, o petismo/vianismo deitava e rolava, fazia e desfazia em todas as nossas atividades, sobretudo, no nosso ambiente político, buscar uma sombra em suas frontosas árvores e comer nas fartas gamelas comandadas pelos irmãos Viana, chegava a ser considerada uma benção para àqueles que pretendessem participar do nosso mundo político.

           Em qualquer democracia que os seus partidos políticos apenas se prestam para ofertar as suas legendas para abrigar determinadas candidaturas o resultado não poderia ser outro, a não ser a avacalhação que ora estamos a testemunhar, e isto no mais importante município de São Paulo, o mais populoso, o mais rico e o mais poderoso do nosso país.

            E a quem devemos responsabilizar pela degradação político e moral do nosso país? Decerto a nossa legislação político/partidária/eleitoral. E por que não mudá-las? Porque a mesma sempre foi e continua sendo do interesse daqueles que sempre compuseram, e continuam compondo uma folgada maioria entre os integrantes das nossas Casas legislativa, em particular, no nosso Congresso Nacional.

           Como para se coçar e trair basta começar e o começo da nossa coceira vem de muito longe, a cada nova eleição a nossa coceira só tem crescido.

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