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sábado, 19 de abril de 2025
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Traficantes e usuários

Atualizada em 08/07/2024 09:38

    Nem todo consumidor de drogas é traficante e  nem todos os abortos devem ser criminalizados.

           Aborto e consumo de drogas, ora defendidos por uns e ora contestados por outros, tomaram conta dos nossos comentários políticos a ponto de já terem pautado até mesmo as agendas das nossas casas legislativas, e por extensão, se tornaram nos dois assuntos mais comentados nos nossos dia a dia.

        Nas condições normais de temperatura e pressão, nada mais importante do que tratar desses temas, conquanto levando-se em consideração as complexidades que os mesmos despertam, particularmente, quando introduzidos nos nossos debates de natureza política e religiosa, isto num período da nossa história em que a nossa sociedade encontra-se demasiadamente polarizada entre direita e esquerda e ainda mais grave, quando os fanáticos do lulismo e igualmente os do bolsonarismo, buscam construir os seus próprios heróis. Por certo, nada mais falso.

         Se maldita é a nação que precisa de heróis, pior é aquela ou aquelas que insistem em construí-los, isto porque, jamais as suas tentativas se materializarão. Explico: se verdadeiras fossem todas as acusações tornadas públicas pelos bolsonaristas contra o atual presidente Lula e vice-versa, dos lulistas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao invés de heróis, ambos encontram-se a caminho de se transformarem em bandidos. Vejamos;

      Se o aborto vier ser indistintamente criminalizado e se no nosso país 800.000 são realizados, anualmente, qual será o destino das mulheres que venham praticá-lo?  E o dos seus parceiros, cúmplices do mesmo crime? E os abortos das mulheres que praticam sob cuidados médicas, clandestinamente, sem o menor risco de vida, como identificá-los? E o questionamento que não pode calar: se grande parte dos nossos abortos são realizados por mulheres jovens, com menos de 16 anos de idade, geralmente pobres e sem assistência médica, como as mesmas serão tratadas?

       Em relação ao tráfico e ao consumo de drogas, urge que as nossas leis, em si mesmas, façam as devidas distinções, do contrário, os jovens de baixa idade, criminalmente primários, são entregues de mãos beijadas para conviverem com os chefões do tráfico que se encontram nas nossas prisões. Bem à propósito, as nossas prisões já passarão a denominadas de faculdades do crime.

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