Atualizada em 13/08/2024 09:28
Os resultados de uma pesquisa para serem levados à sério requer de isenção e capacidade técnica.
Eu, particularmente, em razão de minha modesta formação acadêmica e profissional, não creio e dou fé as todas as pesquisas, sim e tão somente, naquelas que são elaboradas por quem dispõe de isenção e capacidade técnica para elaborá-las. Do contrário, sequer perco o meu tempo nem mesmo para criticá-las.
Se viciadas, ou mais precisamente, se convenientemente manipuladas, a exemplo do que vem acontecendo e com bastante freqüência naquelas que são tornadas públicas, somente quando a nossa Justiça Eleitoral proclama os reais resultados é que poderemos afirmar que os mesmos foram antecipadamente acertados.
Verdade seja dito: quando um candidato ou mesmo um determinado partido político contrata um instituto de pesquisas para avaliar as suas chances e somente os tornam públicos quando os mesmos lhes interessam, quando não, invariavelmente os ocultam, se constituiu numa das tantas formas de se fraudar os seus resultados.
Nada mais preocupante para os institutos de pesquisas, particularmente, para àqueles que zelam pela isenção e capacidade técnica, quando os resultados proclamados pela nossa Justiça Eleitoral divergem, para muito além, daqueles previstos na margem de erro.
No nosso país, infelizmente, no nosso mercado eleitoral, manipular e de forma antecipada os resultados de futuras disputas eleitorais, via manipulação de pesquisas, tem estado presente em quase todas as nossas eleições. Portanto, para além das fake News, já transformadas nas maiores usina de manipulações, há que seja dado um basta, ou no mínimo, que a divulgação dos resultados de determinadas pesquisas e as potencias Fake News sejam regulamentados, e se fraudados, que seus responsáveis sejam investigados, e em sendo o caso, exemplarmente punidos.
Quem contrata um instituto de pesquisa com o objetivo de avaliar a aceitação de um produto ou de alguém que busca conquistar um mandato eletivo, e de antemão, determinando qual deva ser os seus resultados desejados, estará tentando lesar os seus potenciais consumidores, e se com propósitos eleitorais, a nossa soberania popular, S. Excelência, o voto.
O mais explorado entre os erros já cometidos pelos nossos institutos de pesquisas ocorreu em 1985, numa disputa pela prefeitura da cidade se São Paulo. Ao ser induzido por um determinado instituto de pesquisas, numa disputa com o seu teatral opositor, Janio Quadros, no dia anterior as eleições, FHC sentou-se na cadeira de prefeito como se eleito já fosse, no que veio possibilitar que o teatral Jânio Quadro, ao ser empossado, antes de sentar-se na cadeira de prefeito, viesse teatralmente desinfectá-la.