Atualizada em 24/05/2025 10:56
HUMANIDADE EM PRETO E BRANCO
Sebastião Salgado fotografou como quem escuta o mundo — com silêncio, paciência e alma. Da miséria dos garimpeiros de Serra Pelada aos desertos gelados da Antártica, sua câmera nunca foi neutra: era bússola ética, farol humanista.
Ele dividiu sua obra em grandes epopeias visuais — Trabalhadores, Êxodos, Gênesis —, sempre buscando a dignidade onde o olhar comum via ruína. Cada fase é um capítulo da luta humana por sobrevivência e sentido.
Suas imagens não apenas documentam: interrogam, comovem, denunciam. Nesta reportagem, revisitamos o percurso de um homem que fez da luz e da sombra um idioma universal e inspirou gerações de fotógrafos, que falaram sobre o mestre que morreu hoje (23), aos 81 anos. Eles deixam aqui também sua homenagem.
Sebastião Salgado é, por si só, um legado monumental. No final do século 20 e o período do século 21 em que ele retratou os povos indígenas, os camponeses, as populações mais desassistidas no mundo, as guerras, as destruições, as devastações, ele mesmo botou a mão na massa. O Sebastião tem uma obra única. Singular. Que fez de um jeito único. É muito difícil nascer outro Sebastião Salgado”