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Rumo ao caos

Publicado em 12/03/2024

Eu não creio que a nossa democracia toma jeito enquanto o personalismo político prevalecer.   

         O ex-presidente Jair Bolsonaro, na minha avaliação, fez uma gestão bem abaixo do esperado, diria até, abaixo da média. Para os lulistas foi simplesmente desastrosa, mas entre os bolsonaristas, a avaliação tem sido outra, completamente diferente. A propósito, desde o estabelecimento do instituto da reeleição foi estabelecido no nosso país, o próprio presidente Jair Bolsonaro foi o único dos nossos presidentes que não se reelegeu. FHC sim, Lula sim e Dilma sim.

          Ainda assim, apesar de derrotado e tornado inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao invés de morto politicamente, continua vivíssimo, e a provar que sim, em sua memória, o bolsonarismo vê-se transformado numa fortaleza eleitoral. Daí a pergunta que não pode calar: por que isto aconteceu?

          A despeito das múltiplas interpretações, inclusive dos nossos mais renomados analistas políticos, não  temo a afirmar que isto só foi possível porque o bolsonarismo se alimenta do anti-lulismo e, reciprocamente, o lulismo se alimenta do anti-bolsonarismo.

        Enquanto os nossos partidos políticos assistiam a tudo isto e sem esboçar as devidas reações, o resultado não poderia ser outro, a não ser, este que está aí, o enfraquecimento da nossa democracia.

       Se maldita é a nação que precisa de heróis, conforme preceituou o imortal Bertold Brecht, se nos encontramos atolados, até os nossos gogós, nesta maldita polarização, e o pior, de caráter eminentemente pessoal, jamais poderíamos colher o que não havíamos plantado.

        Nos EUA, há mais de um século, estabeleceu-se uma polarização, ao meu sentir desejável, porque baseada em seus partidos políticos, a se destacar, o republicano e o democrata. Porém, entre nós, os nossos partidos têm se prestado, e com bastante freqüência, para emprestar suas legendas para abrigar candidaturas dos nossos notórios nômades partidários. A exemplificar: o ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu rival, Ciro Gomes, dois figurões do nosso mundo político, já foram filiados a não menos que oito partidos políticos distintos.

       Não há a menor possibilidade da nossa democracia se fortalecer enquanto a nossa atual legislação política/partidária/eleitoral se mantiver, posto que, com representantes de 20 partidos políticos presentes no nosso Congresso Nacional, só e somente só, a base das mais espúrias negociatas os nossos governantes conseguem compor as suas correspondentes maiorias parlamentares.

         Não apenas no nosso país as democracias estão ameaçadas de morte, sim e também, mundo afora.

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