Atualizada em 11/03/2024 17:34
O Rio Juruá, que corta a maioria dos municípios da segunda maior região acreana, segue baixando. Somente em Cruzeiro do Sul, localidade em que cerca de 20 mil ribeirinhos foram afetados pela enchente, o manancial apresentou sinais de vazante na última sexta-feira, 8, quando marcava 14,4 metros. Em relação à medição das 6h desta segunda-feira, 11, quando o rio registrou 13,69 metros, a redução é de 35 centímetros.
Na segunda maior cidade do estado, o desastre ambiental atingiu doze bairros e quatorze comunidades rurais, totalizando 530 pessoas removidas de suas residências, além das 788 famílias que tiveram corte de energia elétrica em suas casas. Até o momento, a cheia no município desabrigou 43 famílias, desalojou 134 e ultrapassou o quantitativo de 4 mil famílias afetadas.
Além da prefeitura local e da União, toda estrutura governamental na região está a serviço da população atingida pela inundação. Com o decréscimo do nível do manancial, os esforços do Estado e parceiros se concentram para levar aos ribeirinhos a assistência necessária no período pós-cheia.
“A prefeitura local realiza o acompanhamento do período pós-enchente, colaborando com a reconstrução das residências dos ribeirinhos. Nós, enquanto governo, continuamos monitorando a inundação, por meio da Sala de Situação, onde realizamos a previsão do volume de chuvas no Alto Juruá, região onde se localizam Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e afluentes do Juruá, pois a chuva que cai nesses locais influencia diretamente no nível do rio, em Cruzeiro do Sul. Com base nessas informações, podemos orientar o retorno seguro das famílias para suas casas”, ratificou Jozadaque Ibernon, comandante do 4º Batalhão de Educação e Combate a Incêndio Florestal (4⁰ BEPCIF) do Corpo de Bombeiros Militar, em Cruzeiro do Sul.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por meio da Sala de Situação da Coordenação Regional de Saúde do Juruá, Tarauacá e Envira monitora diariamente o comportamento dos mananciais da regional e, sobretudo, os agravantes epidemiológicos que surgem em decorrência do período de cheia.
“A partir de agora, a nossa atenção se volta às doenças de veiculação hídrica, que surgem no período pós-cheia, após a vazante do rio. A leptospirose, por exemplo, nos mantém vigilantes, pois se trata de uma enfermidade que tem alto poder de letalidade”, ratifica Diani Carvalho, gestora local da Sesacre. “Todos os profissionais de Saúde da regional, que atuam no Município ou no Estado, foram capacitados acerca do manejo clínico dessas doenças, pois o governo do Acre entende que o trabalho preventivo é um instrumento que nos ajuda a cuidar melhor da vida das pessoas”, informa a gestora.
[Agência de Notícias do Acre]