Atualizada em 25/11/2024 09:47
Quando um golpe de Estado é consumado os golpistas transformam-se em heróis e os golpeados são penalizados
Diferentemente dos chamados cidadãos comuns, reporto-me aos completamente desprovidos de quaisquer poderes, até mesmo àqueles direitos que a nossa constituição lhes asseguram, quando estes se reúnem ao redor da uma mesa, ou em qualquer outro ambiente, tanto o que dizem e reclamam, e até mesmo, quando fazem ameaças de mortes, no nosso linguajar, simplesmente estarão jogando “conversas fora”. O próprio senador, Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, ultimamente, fez o seguinte questionamento: quem nunca fez uma ameaça de morte? Só faltou questionar: que atire a primeira pedra quem nunca fiz uma ameaça.
Mas quando um grupo de indivíduos, detentores de elevadíssimos poderes se reúnem para planejar a morte de uma ou de várias pessoas, jamais se disporão a jogar “conversas fora”, afinal de contas, nada existe de mais delicado, diria até, arriscado, do que planejar a montagem de uma organização criminosa com o propósito de assinar, num regime presidencialista, tanto o seu presidente quanto o seu vice, recém eleitos, e mais ainda, um ministro da sua suprema corte de justiça.
Os indícios criminosos que já se tornaram públicos dando conta que o atual presidente Lula, seu vice, Geraldo Alkmim e o ministro Alexandre Moraes estiveram com seus dias contados, caso sejam comprovados, daí a imperiosa urgência de sê-los, ou não, é a prioridade nº 01 do nosso país.
Se indícios são índicos, que o legítimo direito de defesa seja concedido aos integrantes acusados de arquitetar o já bastante comentado “triplo assassinato”. Porém, de uma coisa tenhamos a absoluta certeza: por trás de todas as especulações já feitas e as muitas que ainda virão a maldita e antidemocrática polarização Lula/Bolsonaro tem se feito presente.
Ainda que venha ser inocentado, o ex-presidente Jair Bolsonaro em muito já havia contribuído e continuou contribuindo para o acirramento dos ânimos entre os nossos dois pólos beligerantes. Voltemos no tempo: ele nunca reconheceu que foi derrotado na disputa eleitoral de 2022, quando buscava a sua reeleição. De mais a mais, ele sequer se dignou a passar a faixa presidencial ao eleito, no caso, ao presidente Lula.
Quanto ao tratamento que o ex-presidente Jair Bolsonaro, e em particular, os bolsonaristas, têm dispensado ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e por que não dizer, a maioria dos seus integrantes, em nada o tem ajudado e muito poderá prejudicá-lo, quando o mesmo vier ser julgado, e em última instância, pela nossa suprema e irrecorrível corte de justiça. A tardia conclusão do inquérito sobre o comentado golpe de Estado, as mútuas agressões decorrentes, teriam que resultar no pior.