30.3 C
Rio Branco
sábado, 19 de abril de 2025
O RIO BRANCO
BrasilGeral

‘Parecia um avião de papel e caiu’; testemunhas contam como foi acidente com aeronave em Vinhedo

Atualizada em 10/08/2024 09:57
Vitor Serrano/ BBC News Brasil – Letícia conta que avião parecia “um papel” no momento em que caiu na cidade de Vinhedo

“Eu vi o avião parecendo um papel. Era nítido que o piloto tinha perdido o controle e que alguma coisa ruim podia acontecer. E, no fim, ele parecia realmente um papel e caiu. Foi bem próximo do bairro onde eu moro. Assim que ele caiu, só subiu a fumaça e ficou aquele silêncio”.

Foi dessa maneira que a estudante de administração Letícia Oliveira do Nascimento, de 25 anos, contou ter visto a queda de avião que deixou 62 mortos na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo, na sexta-feira (9/8). A aeronave da Voepass Linhas Aéreas caiu em uma área residencial da cidade localizada a cerca de 80 km de São Paulo.

O voo 2283 saiu de Cascavel (PR) às 11h46 com destino ao aeroporto de Guarulhos (SP) e levava 58 passageiros e quatro tripulantes. O acidente ocorreu por volta das 13h20 e não deixou sobreviventes.

A reportagem da BBC News Brasil foi ao local para acompanhar os desdobramentos do caso e ouvir os relatos dos moradores que presenciaram a queda. Horas após o acidente, centenas de pessoas, entre policiais, equipes de resgate e moradores da região se aglomeravam na entrada do condomínio Recanto Florido, onde o avião caiu.

Letícia conta que estava dentro de casa quando o avião, operado pela empresa Voepass (antiga Passaredo), fez um barulho alto ao passar pela região. Inicialmente, ela pensou que se tratava de aeronaves de pequeno porte fazendo manobras, mas o ruído começou a ficar cada vez mais alto.

“Eu estava me preparando para sair quando escutei um barulho muito estranho. Eu até achei que era um avião de fumaça, até que o meu vizinho da frente gritou: ‘vai cair o avião’”, relata.

Ela conta que, antes de despencar até o solo, o avião sobrevoou a região por três ou quatro minutos.

“Até que foi um longo tempo porque eu estava pedindo um Uber na hora. Faltavam quatro minutos e foi o tempo que ela (motorista) demorou para chegar. O barulho já existia, mas o avião estava entre as nuvens. Estava bem nublado. Quando ele sai das nuvens, ele cai”, lembra Letícia.

A estudante disse que entrou em estado de choque assim que o acidente ocorreu. Ela ficou tão nervosa que não conseguiu usar o celular para gravar o que acontecia.

“No momento, eu fiquei tremendo. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo. Acho que é o caso mais chocante que já aconteceu na minha vida”, conta Letícia.

“Vi passando por cima da minha casa”

Vitor Serrano/ BBC News Brasil Legenda da foto,Edivaldo conta que pessoas começaram a gritar de desespero após queda de avião em Vinhedo

O comerciante Edival Monteiro de Souza, de 67 anos, estava voltando para casa após fazer compras no supermercado quando viu o avião com 61 pessoas a bordo.

“Eu vi ele (avião) passando por cima da minha casa. Ele deu uma primeira pirueta e, na segunda, ele desceu direto e caiu em cima do morro e não deu para ver mais nada. Só vi a fumaça subindo bem rápido”, lembra ele.

O comerciante conta que, logo após a queda, o clima na cidade mudou de maneira drástica. Enquanto algumas pessoas gritavam de desespero, outras correram para o local do acidente enquanto a polícia tentava isolar os destroços em chamas da aeronave.

Na percepção de Edivaldo, o piloto fez uma manobra para desviar de fábricas e áreas com maior adensamento de residências para evitar um desastre ainda maior. Segundo a prefeitura de Vinhedo, nenhuma pessoa que estava no solo ficou ferida por conta do acidente.

“Se ele cai numa fábrica, lá tem mais de cem funcionários. O cara foi inteligente. Tem fábrica de colchão, de ferramenta, de cerveja, alumínio. Eu acho que ele desviou ”, diz.

saac Fontana/EPA-EFE/REX/Shutterstock Legenda da foto -,Ninguém sobreviveu ao acidente, que é o maior registrado no Brasil desde 2007

A tragédia em Vinhedo se tornou o mais letal acidente aéreo em solo brasileiro desde 2007, quando um avião da TAM matou 199 pessoas ao se chocar com um prédio ao tentar pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a aeronave despencando enquanto girava no ar. Em seguida, as imagens mostram uma explosão e fumaça preta saindo do local.

As investigações sobre a causa do acidente ainda estão em fase inicial e, segundo o brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), “tudo ainda é prematuro”.

Ele classificou o acidente como “complexo” e “catastrófico”.

As caixas-pretas são dois gravadores, um de voz e outro de dados, e são fundamentais para orientar as investigações sobre as causas do acidente.

De acordo com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, a caixa preta foi encontrada e está preservada. A informação foi confirmada pelo brigadeiro Moreno, que afirmou que o Cenipa já está com as duas caixas-pretas do avião.

Um gabinete de crise foi montado no aeroporto de Guarulhos, e outro, em Vinhedo, para o suporte das equipes mobilizadas.

Além das equipes estaduais, também compõe o gabinete de crise o Ministério de Portos e Aeroportos, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Governo do Estado do Paraná e profissionais de assistência social.

“Vi os corpos no chão, as pessoas pegando fogo”

Vitor Serrano/ BBC News Brasil Legenda da foto,João diz que viu corpos pegando fogo quando chegou ao local onde aeronave caiu

O mecânico João Vitor da Silva, de 21 anos, conta que estava almoçando quando ouviu barulhos muito altos. Naquele instante, ele pensou que o ruído fosse causado por um show da esquadrilha da fumaça

“Eu saí na janela e vi o avião caindo. Eu peguei minha moto e segui a fumaça, na direção onde ele tinha caído. Quando cheguei lá, a dona da casa (na frente do local da queda) já estava desesperada. Aí já vi as pessoas no chão, os corpos. Foi triste mesmo. Impactou”, diz.

Um grupo de médicos que se dirigia a São Paulo para participar de um evento estava abordo. Pelo menos duas das vítimas eram médicas do hospital Uopeccan, em Cascavel, Arianne Albuquerque Estevan Risso e Mariana Comiran Belim, ambas residentes de oncologia clínica.

Entre os médicos que perderam a vida, estavam também o professor José Roberto Leonel Ferreira, radiologista recém-aposentado da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), e a pediatra Sarah Sella Langer, que atuava no hospital universitário.

João conta que, desde quando ele começou a ouvir os barulhos até o momento da queda, durou entre um e dois minutos.

“Tanto que, na hora que eu vi que ele estava caindo, eu peguei o celular pra gravar. Mas quando eu apertei para filmar, ele já tinha caído”, lembra João.

O mecânico disse que mora a menos de 1 km do acidente e que foi rápido ao local na tentativa de ajudar no resgate, caso fosse necessário. No caminho, ele relata que viu o olhar de desespero das pessoas pela rua.

Quando se aproximou do local, sentiu um forte cheiro de fumaça e não se aproximou muito do avião por conta do calor das chamas e o risco de explosão. Mas conta que, ao ver a aeronave, percebeu que todas as pessoas já estavam mortas.

“Eu cheguei antes da polícia. Só tinha umas dez pessoas e alguns motoboys. Na hora que eu cheguei lá, eu vi os corpos no chão. É complicado esquecer. Não vou esquecer nunca mais. Ainda mais por estar na história de Vinhedo”.

  • Felipe Souza e Vitor Serrano
  • Role,Da BBC News Brasil em Vinhedo (SP)

A Voepass divulgou a lista com os nomes de todos os passageiros que estavam a bordo do voo 2283. Eduardo Busch, CEO da Voepass, afirmou que a maioria dos passageiros era de Cascavel e São Paulo.

Médicos, árbitro de judô, uma criança de 3 anos: quem são as vítimas da tragédia da Voepass

Reprodução redes sociais

Parentes e amigos das vítimas da queda do avião 2283 da Voepass em Vinhedo (SP), nesta sexta-feira (9/8), lamentam o acidente e lembram as histórias dos que perderam a vida seja em notas abertas ou em posts em suas redes sociais.

A queda do avião matou 58 passageiros e 4 tripulantes que saíram de Cascavel (PR) com destino ao aeroporto de Guarulhos (SP).

Entre as vítimas, estavam Arianne Albuquerque Estevan Risso e Mariana Comiran Belim, ambas residentes de oncologia clínica do Hospital do Câncer Uopeccan, em Cascavel.

“[Eram] médicas humanas, que atendiam todos os pacientes com muita dedicação, carinho e respeito”, diz a nota divulgada pelo hospital. “Era muito nítido o amor que ambas tinham pela profissão”, seguiram.

Não eram as únicas médicas a bordo. Outros profissionais também se dirigiam a São Paulo para participar de um congresso, lembrou o Conselho Federal de Medicina (CFM) também em nota.

“O CFM se dirige aos parentes e amigos dos médicos que se encontravam a bordo e estavam a caminho de um evento na cidade de São Paulo (SP), em busca de conhecimento e atualização, prática comum e necessária entre os membros da categoria”, afirma nota do conselho.

Entre os médicos que perderam a vida a bordo, estavam também o professor José Roberto Leonel Ferreira, radiologista recém-aposentado da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), e a pediatra Sarah Sella Langer, que atuava no hospital universitário.

Divulgação Legenda da foto,José Roberto Leonel Ferreira, radiologista recém-aposentado da Unioeste, estava entre as vítimas

A Unioeste lamentou em nota essas perdas e de mais seis pessoas ligadas à instituição, entre docentes e ex-alunos. Um deles era o árbitro de judô e professor do departamento de Educação Física, Edilson Hobold, que atuava em competições nacionais e internacionais

“Tinha 52 anos e dedicou grande parte da sua vida ao judô, destacando-se como um dos árbitros mais proeminentes do país. Sempre gentil e cortês, tinha o respeito e a admiração de todos que puderam conviver com ele”, destacou também a Confederação Brasileira de Judô, em nota de solidariedade aos familiares e amigos.

O Comitê Olímpico do Brasil também divulgou nota de pesar sobre a morte.

Deonir Secco, professor do curso de engenharia agrícola, e Raquel Ribeiro Moreira, professora credenciada do programa de pós-graduação em Letras, ambos do campus de Cascavel da Unioeste, também estavam no avião.

Reprodução Instagram Legenda da foto,Edilson Hobold era árbitro de judô e professor do departamento de Educação Física

Inicialmente, a Voepass havia confirmado a presença de 57 passageiros no voo, mas informou neste sábado (10/8) que Constantino Thé Maia também estava a bordo.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, lamentou a morte do potiguar nas redes sociais.

“Acabo de receber com tristeza a confirmação que o potiguar Constantino Thé Maia, irmão do policial militar Thé Maia, também está entre as vítimas do acidente aéreo em Vinhedo-SP”, escreveu.

“Lamento profundamente essa perda e rogo a Deus que dê o conforto a todos os familiares neste momento de luto e dor.”

Amigo relembra frequentadores da paróquia

Também nesta sexta-feira, Carlos Renê relembrou em seu Instagram os amigos Maria Auxiliadora Vaz de Arruda, 74 anos, conhecida como Dora, e seu marido José Cloves Arruda, de 76 anos, também vítimas da tragédia, que moravam em Guarantinguetá, interior de São Paulo.

Renê, que coordena um movimento em devoção a São Padre Pio, conviveu com os dois em atividades religiosas. “Eram companheiros inseparáveis, unidos pela fé, pelo amor e por uma vida dedicada ao próximo”, escreveu.

“Dora, que também dedicou parte de sua vida à Apae de Guaratinguetá, e José Cloves, fotógrafo aposentado, deixaram marcas profundas em todos que tiveram o privilégio de conhecê-los”, continuou.

Já a Universidade Federal do Paraná (UFPR) lamentou a morte da professora Silvia Cristina Osaki, também a bordo. Ela lecionava nos cursos de Medicina Veterinária e Ciências Biológicas da instituição.

“Com um ritmo de vida e trabalho intenso, incluindo pedaladas antes do amanhecer a jogos de vôlei noturnos, ela construiu vínculos profissionais e laços de amizade dentro e fora da universidade, deixando um legado não só por suas realizações, mas também por seu espírito cômico, presença sempre marcante, alegria contagiante, autenticidade e irreverência”, escreveu um diretor da universidade, Wilson de Aguiar Beninca.

Reprodução Instagram Legenda da foto,Antônio Zini Junior e Kharine Pessoa Zini estão entre os casais mortos no acidente

Ao menos uma criança entre as vítimas
Ao menos uma criança teve a vida interrompida pelo acidente. Segundo o portal de notícias Catve.com, de Cascavel, uma jornalista da empresa, Adriana Ibba, perdeu a filha de apenas três anos, Liz Ibba dos Santos. Ela viajava com o pai, Rafael Fernando dos Santos, que também faleceu.

O acidente matou ainda alguns casais. Entre eles estavam Antônio Deoclides Zini Junior e Kharine Gavlik Pessoa Zini.

Ela era fisioterapeuta e ele, ex-goleiro do Cascavel Futsal e atual diretor de frota e manutenção na Transportadora Pra Frente Brasil, fundada por seu pai.

Outro casal que estava no voo era o servidor Nélvio José Hubner, subprocurador-geral do município de Toledo, e a engenheira química Gracinda Marina da Silva, professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e pré-candidata a vereadora pelo MDB.

“Casados há 25 anos, o casal deixa três filhos e incontáveis amigos e colegas que os admiravam tanto pessoalmente como profissionalmente”, diz um post de pesar na página da pré-candidatura de Gracinda no Instagram.

Já o vereador de Cascavel, Jaime Vasatta, perdeu a filha no acidente. Laiana Vasatta era advogada, especialista em questões jurídicas relacionadas à companhias aéreas.

Reprodução Instagram Legenda da foto,A advogada Laiana Vasatta, filha do vereador Jaime Vasatta, é uma das vítimas

DJ e fisioculturista
Mauro Sguarizi estava no avião que caiu na tarde desta sexta-feira (09) na cidade de Vinhedo, em São Paulo.

A família de Mauro Sguarizi, conhecido como Juninho amigos e familiares, confirmou via redes sociais que ele estava na aeronave.

Ele trabalhava como DJ e era da cidade de Guaíba, no Paraná. Nas redes sociais, postava com frequência fotos de seus shows.

Reprodução Instagram Legenda da foto,Mauro Sguarizi era conhecido por amigos e familiares como Juninho

A fisiculturista Daniela Schulz também está entre as vítimas. Nas redes sociais, a mulher compartilhava a rotina de treinos e de dieta com mais de 16 mil seguidores.

Antes de embarcar, ela postou vídeos em suas redes sociais no aeroporto. “Que Deus abençoe nosso dia e que Deus abençoe nosso final de semana”, disse em uma das postagens,

Daniela estava acompanhada do seu namorado, o engenheiro agrônomo, Hiales Carpine Fodra, que também está na lista de passageiros divulgada pela companhia Voepass.

O casal viajaria para os Estados Unidos. Os dois moravam em Ubiratã, no centro-oeste do Paraná.

Reprodução Instagram Legenda da foto,Daniela e o namorado, Hiales Carpine Fodra

A tripulação
A tripulação da aeronave era formada por quatro funcionários da Voepass.

Debora Soper Avila, de 28 anos, era comissária de bordo na Voepass há um ano e meio, segundo suas redes sociais. Natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a profissional se descrevia como uma “apaixonada pela aviação”.

Formada em gestão de recursos humanos, Debora já havia trabalhado em outra companhia aérea entre 2018 e 2019.

Reprodução Linkedin Legenda da foto,Debora Soper Avila, de 28 anos, era comissária de bordo na Voepass há um ano e meio

A outra comissária de bordo que trabalhava no voo era Rubia Silva de Lima, de 41 anos.

Durante entrevista coletiva na noite desta sexta-feira em Ribeirão Preto, o CEO da Voepass, Eduardo Busch, disse que Rubia trabalhava na companhia desde 2010 e teve uma ascensão na empresa onde sempre sonhou trabalhar.

“Ela foi agente de aeroporto por alguns anos aqui em Ribeirão. Depois, ela foi promovida, era um sonho ser comissária e estava voando há alguns anos com a gente como comissária também”, disse.

Uma das escolas da formação profissional de Rubia, a Sky Angels Escola de Aviação, publicou uma nota de pesar nas redes sociais. No texto, a instituição classifica a comissária como uma “estudante brilhante”.

Reprodução Facebook Legenda da foto,Escola de aviação fez homenagem a Rubia em suas redes sociais

Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61 anos, era o copiloto. Ele estava na empresa há quase cinco anos e tinha mais de 5 mil horas de voo, segundo a Voepass.

O piloto era Danilo Santos Romano, de 35 anos. Com dez anos de experiência, estava na Voepass desde novembro de 2022. Ele começou como copiloto de ATR72, passando a comandante em julho de 2023, segundo informações de seu perfil em uma rede social.

Ele já havia atuado em outras companhias, entre elas a colombiana Avianca e a Air Astana, do Cazaquistão

Reprodução Linkedin Legenda da foto,Danilo Santos Romano, de 35 anos

 

BBC News Brasil

Veja também um vídeo:

Acidente com ATR-72 da Voepass

ATR-72 se acidentou em Vinhedo. Voo vinha de Cascavel para Guarulhos

 

Artigos Relacionados

Belém(PA): Igor Normando (MDB) foi eleito de Belém com 56,36% dos votos

Raimundo Souza

Prefeitura de Rio Branco promove curso de operador de máquinas pesadas

Raimundo Souza

Operação Rodovida 2024/25 no Acre

Raimundo Souza

Secretaria do Meio Ambiente emite novo alerta devido à piora da qualidade do ar no Acre

Raimundo Souza

Hoje é último dia para regularizar ou transferir título de eleitor

Jamile Romano

Médicos alertam sobre riscos do manuseio de fogos de artifício

Jamile Romano