Atualizada em 25/03/2024 09:57
É de autoria do então general Eduardo Pazuello a expressão. “aqui um manda e outro obedece”.
Os nossos melhores exemplos de autoridade, disciplina e ordem advêm das melhores organizações da nossa sociedade, sejam civis, militares, eclesiásticas, etc.
Entretanto, nas organizações militares, por sê-las hierarquizadas, quando um subordinado se nega a atender a ordem de um superior, por entender que a mesma não se coaduna com seus mais elementares princípios, surge uma situação bastante delicada, qual seja: se não atende, desrespeita a hierarquia, e se atende torna-se igualmente responsável pelo que faz e fará. Isto mesmo, pois a responsabilidade é individual.
Isto aconteceu quando o então general do Exército, Eduardo Pazuello, aceitou exercer as funções de ministro da Saúde do então presidente Jair Bolsonaro, este à época, ocupando as elevadas funções presidente da nossa República e, portanto, o comando das nossas forças armadas. A propósito, o general Eduardo Pazuello, ainda na ativa, viu-se condicionado a prestar continência e obediência ao ex-capitão Jair Bolsonaro, este na reserva.
Para complicar a gestão do então ministro da saúde, Eduardo Pazuello, eis que surgiu a Covid-19 e sua conseqüente pandemia. Para termos uma noção do desastre, na guerra do Paraguio, a única que de fato estivemos diretamente envolvidos, isto há mais de um século, 60.000 soldados brasileiros perderam suas vidas, enquanto a pandemia da Covid-19 levou mais de 700.000 brasileiros à morte.
Daí a pergunta que não pode calar e que ainda continua sem resposta: quantas mortes poderiam ter sido evitadas caso as nossas instituições, sobretudo àquelas responsáveis pela saúde da nossa população, se o nosso ministério da Saúde, comandado o pelo general Eduardo Pazuello, houvesse seguido as recomendações da ciência, particularmente, àquelas oriundas da OMS-Organização Mundial da Saúde?
Quando o presidente Jair Bolsonaro propagava que havia se livrado da Covid-19 se automedicando com cloroquina, simplesmente o seu ministro da saúde, Eduardo Pazuello, assim reagia: “aqui um manda e o outro obedece”.
Por último: até mesmo no ambiente a cega obediência de um general a um ex-capitão, não o isenta de futuras responsabilidades.