O governo do Acre apresentou nesta quinta-feira, 25 de setembro, os resultados da Operação Sentinela, que desarticulou uma rede de tráfico de drogas atuando dentro do Complexo Penitenciário de Rio Branco. A ação foi divulgada durante uma coletiva de imprensa realizada no auditório da Polícia Civil, na capital, com cobertura do repórter David Medeiros, do ac24horas Play.
De acordo com o presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), Marcos Frank, a operação teve início após a prisão em flagrante de três funcionários da cozinha do presídio. “A partir dessas prisões, a Polícia Civil iniciou uma investigação que levou à identificação de um grupo criminoso responsável por introduzir drogas na unidade”, explicou.
Após o início da apuração, novos protocolos de segurança foram implantados, o que resultou em apreensões significativas nas imediações do complexo. Segundo Frank, aproximadamente 100 quilos de maconha foram interceptados em três diferentes ocasiões, graças à atuação dos policiais penais. Também foram recolhidos tabaco, celulares e outros objetos usados para comunicação e tráfico.
A operação permitiu ainda a realização de uma revista estrutural no presídio, com o objetivo de prevenir fugas e intensificar o controle interno. O presidente do Iapen esclareceu que os funcionários presos eram contratados por uma empresa terceirizada, mas a mão de obra utilizada nas cozinhas incluía internos da unidade. Apesar disso, segundo ele, não há indícios de responsabilidade direta da empresa fornecedora.
O delegado da Polícia Civil, Saulo Macedo, também detalhou o trabalho investigativo, que teve início no primeiro semestre de 2025. Durante esse período, diversas apreensões foram feitas em ações conjuntas entre a Polícia Civil e os policiais penais, totalizando mais de 50 quilos de entorpecentes impedidos de entrar no sistema prisional.
Macedo destacou que as suspeitas se consolidaram após a prisão dos servidores da cozinha, o que levou à identificação de uma rede mais ampla dedicada ao tráfico dentro da unidade. Além das prisões em flagrante, duas pessoas foram detidas preventivamente nesta fase da operação.
O delegado ressaltou que as investigações continuam, especialmente na tentativa de mapear o fluxo financeiro do grupo criminoso. Ele afirmou que o pagamento pelas drogas, em alguns casos, pode ter sido feito por terceiros, incluindo familiares dos detentos.
“A rede criminosa foi desarticulada, mas o trabalho continua. O foco agora é identificar todos os envolvidos, tanto dentro quanto fora do presídio”, concluiu Macedo.

