Publicado em 18/12/2025
A atualização da tabela do Imposto de Renda, prevista para entrar em vigor em 2026, deve reduzir de forma significativa a carga tributária sobre os professores da educação básica no Acre. Pela nova regra, profissionais com renda mensal de até R$ 5 mil ficarão totalmente isentos do imposto, enquanto salários de até R$ 7.350 terão redução progressiva na tributação.
Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que o impacto da medida no estado será expressivo. Antes da mudança, apenas 12,7% dos docentes acreanos estavam isentos do Imposto de Renda. Com a ampliação da faixa de isenção, esse percentual sobe para 47,5%, alcançando quase metade da categoria.
Além dos totalmente isentos, outros 27,5% dos professores da educação básica no Acre passarão a pagar menos imposto por se enquadrarem nas novas faixas de alíquotas reduzidas. Como resultado, a proporção de docentes sujeitos à alíquota máxima de 27,5% cairá de 56,9% para 25%.
No cenário nacional, a medida deve beneficiar cerca de 620 mil professores, que deixarão de recolher Imposto de Renda. Em todo o país, a parcela de docentes totalmente isentos mais que dobra, passando de 19,7% para 51,6%, enquanto outros 21,9% passam a ter redução no valor do imposto pago.
Somando os profissionais com isenção total e aqueles que terão diminuição da carga tributária, cerca de 73,5% dos professores da educação básica no Brasil devem registrar aumento na renda líquida mensal. O impacto é considerado especialmente relevante para quem recebe valores próximos ao piso nacional do magistério, fixado em R$ 4.867,77 para 2025.
De acordo com o coordenador de educação do Ipea, Paulo Nascimento, muitos desses profissionais eram anteriormente tributados pela alíquota máxima. “Com a isenção até R$ 5 mil, esses docentes deixam de pagar Imposto de Renda sobre esse salário”, afirmou. A estimativa é de um ganho médio anual de R$ 5.079,84, equivalente a quase um salário extra ao longo do ano.
A nova regra também alcança professores com mais de um vínculo empregatício. Entre os docentes com apenas um vínculo e menores rendimentos, 60,7% passam a ser totalmente isentos e 21,1% terão redução do imposto. Já entre aqueles com múltiplos vínculos, que representam cerca de 17,5% da categoria, 32,3% ficarão isentos e 26,1% terão diminuição da carga tributária. Entre os profissionais que acumulam atividades fora da docência, 40,2% deixarão de pagar IR e 20,9% terão redução no valor recolhido.

