Atualizada em 13/03/2024 09:49
Quais as diferenças entre uma monarquia absoluta e uma ditadura? No meu entender, apenas nos detalhes.
Nicolás Maduro, há mais de 10 anos alojado no poder, ainda assim, já está dando por certo que será reeleito no decorrer deste ano, e como conseqüência, pelos próximos seis anos, continuará mandando e desmandando na Venezuela. Como o diabo mora nos detalhes, quais àqueles que garantem a sua manutenção no poder?
Não a título de saudosas lembranças, mas relembrando como tragédia, entre os anos 1970 e 1980 a Argentina, o Chile, o Uruguai, o Paraguai, Bolívia e o Brasil encontravam-se sob regimes ditatoriais, portanto, mais da metade dos países do nosso continente sul-americano, enquanto a Venezuela manteve-se excluída desta lista.
Presentemente, a Venezuela vem ser o único país do continente sul-americano comandado por uma ditadura e o seu ditador continua predisposto a mantê-la por tempo indeterminado, enquanto nós, brasileiros, majoritariamente, fazemos o pior juízo do referido ditador. Daí a pergunta que se impõe: por que o presidente Lula continua tratando o antidemocrático Nicolás Maduro com certa leniência e não com a firmeza que o mesmo tanto merece?
Se no esplendor do ouro negro, reporto-me as suas imensas reserva de petróleo, a maior do mundo, superior até mesmo as da Arábia Saudita, se a dupla Hugo Chaves/Nicolás não foi capaz de aproveitar as riquezas provenientes dos seus recursos naturais em proveito dos venezuelanos, muito pelo contrário, simplesmente empurrou-os para a mais greve crise humanitária de sua história, qualquer menção que alguém venha fazer em favor de Nicolás Maduro, acaba se revertendo contra àquele que tentar defendê-lo.
Jamais aplaudirei o regime vigente na Arábia Saudita, isto porque, as monarquias absolutas são, e não raramente, ainda mais autoritárias que o regime imposto por determinadas ditaduras. Daí a minha aversão aos regimes praticados pelos dois países acima referidos.
Em relação a nossa democracia, nada tem sido mais preocupante que o elevadíssimo clima no nosso ambiente político, este por sua vez, derivado da nossa nefasta e nefanda polarização política, enquanto isto, os nossos partidos políticos, as bases de qualquer democracia, pouco ou nada têm feito no sentido de fortalecê-la.
Lamentavelmente, como o bolsonarismo se alimenta do antilulismo e o lulismo do antibolsonarismo, as trocas de chumbo freqüentemente acontecem e sempre utilizando as mais rasteiras linguagens, algo que jamais acontece nas democracias que dão e são respeitadas.