Atualizada em 03/01/2024 12:31
As democracias conferem aos eleitos uma espécie de lua de mel. Nada a se contestar.
O presidente recém eleito, Javier Milei, da Argentina, não teve e nem terá o direito de gozar, por um único dia sequer, ainda que se mantenha no poder pelos próximos quatro anos, sua tão esperada lua de mel com o poder. E por quê?
Em primeiro lugar, por se tratar de um sujeito absolutamente inexperiente e espalhafatoso, politicamente falando-se. Que os argentinos encontravam-se de “saco cheio” com o peronismo, até que se entende, afinal de contas, o desastroso mandato do seu antecessor, Alberto Fernández, não poderia permitir a eleição do seu candidato, o peronista Sérgio Massa, este por sua vez, enquanto ministro da economia, havia compartilhado da ruína a que fora submetida a própria Argentina. A sua gestão não poderia ter sido mais desastrosa. Como Sérgio Massa não tinha como ganhar Javier Milei tenha como perder.
Se no curso de sua campanha eleitoral Javier Milei proferiu uma série de estultices, ainda assim, “P da vida” com o peronismo, os argentinos não arredava os pés, para comemorar, muito mais a derrota de Sérgio Massa que a vitória do próprio Javier Milei.
Resultado: o bem bom, no caso, a sua lua de mel com o poder já se foi, e ao que tudo indica, para nunca mais voltar, até porque, no seu discurso de posse, já como presidente, ele chegou a afirmar que a situação dos argentinos iria piorar. Coisa de louco ou de quem tinha sido aconselhado pelos seus filhos de quatro patas, ou quem sabe, por aquele que, embora já morto, era mais o aconselhada, o finado Canon.
Se Javier Milei pegou uma Argentina em estado absolutamente agonizante, pois todos os seus índices sociais e econômicos bem que se prestavam como exemplo de um país que vivia ardendo em chamas, rumo ao caos, no seu discurso de posse Javier Milei se comportou como o mais irresponsável dos bombeiros, ao pretender apagar o incêndio que havia herdado, lançando combustível sobre suas chamas.
As principais promessas do então candidato Javier Milei, pelo ao menos as mais absurdas já foram revogadas. Citaríamos três delas: 01 – a dolarização da moeda Argentina. 02 – O fim do seu Banco Central por último, que jamais se sentaria para negociar com os chamados países comunistas e ainda destacou a China e o Brasil.
Decerto uma coisa: Javier Milei se elegeu, desgraçadamente, porque a carapuça de salvador da pátria se acomodou e bastante bem, na cabeça. Nós, brasileiros, já passamos pelos mesmíssimos vexames.
À propósito, os seus primeiros decretos, uma montanha deles, nada tem a ver com a liberdade que tanto havia pregado.