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quarta-feira, 26 de novembro de 2025
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Investigada por rachadinha, assessora de Motta recorre a cúmplice de funcionárias fantasmas

O presidente da Câmara, Hugo Motta – 16/07/2025 (Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados/Divulgação)

Por Marcela Mattos/Veja

Presidente da Câmara dos Deputados é alvo de pedido de investigação para que sejam apurados indícios de rachadinha e outras irregularidades em seu gabinete

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem
como chefe de gabinete uma assessora que é investigada pelo Ministério
Público pelo crime de improbidade administrativa. Ivanadja Velloso, que
trabalha com Motta desde o seu primeiro mandato, em 2011, é acusada de
embolsar o salário de um funcionário fantasma da Câmara. Ela nega a
acusação.

De acordo com o MP, o esquema teria acontecido entre 2005 e 2009 e gerado
um dano de mais de 220 000 reais ao erário. À época, Ivanadja dava
expediente no gabinete do deputado Wilson Santiago, também do
Republicanos da Paraíba, e tinha uma procuração para movimentar a conta de
um funcionário que sequer aparecia em Brasília — o servidor público
trabalhava em uma prefeitura e é cunhado do deputado. O caso foi revelado
pelo portal Metrópoles

Ivanadja foi demitida no final de janeiro de 2011 e, um dia depois, quando
Motta tomou posse, passou a compor a equipe do gabinete dele. Denúncias
recentes mostraram que práticas similares também acontecem com o atual
presidente da Câmara. Nos últimos 14 anos, a assessora recebeu procurações
para sacar e transferir dinheiro da conta de 10 funcionários, dos quais dois
seguem na ativa.

Além disso, descobriu-se que Motta tinha ao menos três funcionárias
fantasmas. Duas delas foram demitidas após publicação da reportagem da
Folha de S. Paulo.

Intercâmbio de funcionários
As investigações contra a chefe de gabinete de Hugo Motta revelaram como ele
e o deputado Wilson Santiago fizeram um intercâmbio entre funcionários,
muitos dos quais envolvidos nas mesmas irregularidades.

Além de Ivanadja, a ex-assessora Athina Pagidis trabalhou em ambos os
gabinetes. Ela é mãe de Gabriela Pagidis, fisioterapeuta que era contratada por
Motta enquanto cumpria expediente em uma clínica de Brasília. Gabriela foi
demitida após a revelação do caso das funcionárias fantasmas. Outros três
representantes da família Pagidis já foram nomeados pelo presidente da
Câmara.

No processo em andamento, a chefe de gabinete de Hugo Motta arrolou no
ano passado Athina Pagidis como “testemunha imprescindível” – à época, não
era pública a relação dela com a funcionária fantasma.

Na defesa, ela alega que Athina “estava ligada e tinha conhecimento do
contexto, das condições e dos fatos descritos na exordial à época em que
ocorreram”.

“Esta poderá esclarecer que a ora manifestante jamais praticou qualquer ato
que resultou em seu enriquecimento ilícito ou de terceiros. Essa testemunha
também poderá confirmar que não houve qualquer intenção ou ação dolosa
por parte da demandada, tampouco a ocorrência de dano ao erário,
desconfigurando, assim, o ato de improbidade administrativa que lhe foi
imputado”, afirma a chefe de gabinete de Hugo Motta na petição.

O MP, no entanto, não se manifestou sobre a oitiva. Quebra de sigilo bancário
da conta do funcionário, que negou ter conhecimento de qual era sua conta,
mostrou uma intensa movimentação bancária, com transferências constantes
assim que o salário era debitado. A conta seguiu em funcionamento inclusive
depois da demissão do servidor fantasma.

Enquanto esse caso se arrasta há quase nove anos, as investigações dos
indícios de rachadinha e funcionários fantasmas no gabinete do presidente da
Câmara podem avançar caso o Tribunal de Contas da União acate o pedido
do procurador Lucas Furtado para apurar as eventuais irregularidades.

 

 

 

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