Atualizada em 20/02/2025 15:40
LUGAR DA CHUVA, espetáculo criado a partir do intercâmbio entre o coletivo amapaense Frêmito Teatro e o Agrupamento Cynétiko, grupo paulistano que viajou até Macapá para colaborar na criação do espetáculo, realiza apresentação gratuita em Rio Branco nos dia 21 e 22 de Agosto, na Usina de Arte João Donato.
A peça, que conta a trajetória de dois viajantes que navegam por terras amapaenses, apresenta uma visão sobre o Amapá tanto do ponto de vista de quem é nativo, quanto do olhar “de fora”, buscando um lugar de troca onde se possa construir a reflexão.
Logo no início da peça, os atores Raphael Brito e Wellington Dias recepcionam o público e o convida a entrar num barco imaginário, por onde a viagem se inicia. A partir daí, numa espécie de jogo narrativo onde não há personagens fixos, eles vão conduzindo a imaginação do espectador por diversos locais reais e fictícios do Amapá.
O texto escrito por Ave Terrena, levantado a partir da sua vivência na cidade, é definido pela autora como uma “dramaturgia cartográfica”, onde cada cena é uma ilha independente, mas que está em composição com o todo, apostando numa ousada mistura de fluxo narrativo e poético nas falas.
Na família linguística tupi-guarani “Lugar da Chuva” é o significado da palavra ama’pá,. O roteiro é fruto das experiências vividas durante uma viagem pelo território amapaense realizada entre novembro e dezembro de 2017. Durante essa residência, os coletivos acionaram vivências criativas em locais significativos do entorno da capital, compartilhando a criação de maneira colaborativa e processual. O atravessamento mútuo entre os artistas e os ambientes nutriram a construção da dramaturgia, do vídeo e da direção de arte.
Na sala de ensaio, a experimentação criativa buscou reimaginar, poética e cenicamente, lugares como a Fortaleza de São José, marco colonial da cidade, a Ilha de Santana, com sua floresta de samaúmas e o bairro do Araxá, com suas palafitas urbanas.
Em cena, se entremeiam reflexões sobre uma Amazônia atual, urbana, globalizada, com as questões que movimentam esse momento. Paralelo a isso, o espelhamento e estranhamento com a natureza, ancestralidades e tradições, buscando ir além dos estereótipos sobre a floresta enquanto um lugar inabitado e sem história.
A peça também conta com projeções de vídeo, criadas pela paulista Luciana Ramin, exibindo imagens que foram registradas em Macapá durante o processo de criação. O material bruto foi editado pela artista tendo como inspiração a estética da videoarte, em que ela busca reimaginar as paisagens amapaenses a partir de um viés mais poético e menos documental.
O cenário do espetáculo é minimalista, composto de peças compactas e modulares que podem se adaptar a diferentes espaços, permitindo assim, que a peça seja viajante assim como seus narradores. A proposta da cenógrafa Daniele Desierrê foi compor com diferentes elementos visuais, táteis e olfativos que fazem parte do modo de vida na Amazônia, tendo em conta o fluxo contínuo entre a cidade e a floresta. Boa parte dos elementos utilizados foram coletados por ela durante a residência em Macapá e Santana.
A concepção geral do projeto é do diretor e produtor amapaense Otávio Oscar, que deu início à proposta assumindo o desafio de repensar, através do teatro, o lugar da identidade e da cultura amazônicas, que agora não são mais definidas apenas pelas tradições e ancestralidades, mas também por essa nova faceta globalizada que é a Amazônia urbana.
Além das apresentações, o grupo oferece uma oficina teatral chamada ‘O Ator Fluvial’, onde compartilha com atores e não-atores, com ou sem experiência, um pouco dos conceitos que permeiam a construção do trabalho dos atores para o espetáculo.
Os artistas também realizam uma atividade de mediação chamada ‘Desmontagem Cênica – LUGAR DA CHUVA’, onde realizam leituras das cenas e compartilham sobre o processo criativo do espetáculo.
A circulação de LUGAR DA CHUVA é fomentada pela BOLSA FUNARTE DE TEATRO MYRIAM MUNIZ 2023.
Sinopse
O espetáculo LUGAR DA CHUVA é uma viagem afetiva e poética pela Amazônia amapaense, fruto de uma residência artística na cidade de Macapá e seus arredores. A dramaturgia cartográfica, que organiza o texto por ilhas, navega por diversos locais na foz do Rio Amazonas, reinventando cenicamente as sensações e reflexões que atravessam os corpos durante o seu percurso entre a cidade e a floresta, entre o mato e concreto, entre o rio e a rua.
Ficha técnica
Apoio: Funarte
Realização: Frêmito Teatro e Associação Gira Mundo
Projeto fomentado pela BOLSA FUNARTE DE TEATRO MYRIAM MUNIZ 2023.
Criação: Frêmito Teatro (AP) e Agrupamento Cynétiko (SP)
Atores: Raphael Brito e Wellington Dias
Direção, Iluminação e Sonoplastia: Otávio Oscar
Dramaturgia: Ave Terrena
Direção de Arte: Daniele Desierrê
Videoartista: Luciana Ramin
Coordenação Geral: Associação Gira Mundo
Coordenação de Produção: Otávio Oscar
Produção Local: Stephanie Ribeiro
Identidade Visual: Ugo Farias
Redes Sociais: Marina Brito
Assessoria de Imprensa: Cleide Santos
Apoios: Curso de Teatro da UFAC – Universidade Federal do Acre e Usina de Arte João Donato e Fundação de Cultura Elias Mansour
Serviço
Espetáculo
LUGAR DA CHUVA
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos
Acessibilidade:
As apresentações contarão com tradução em LIBRAS. O espaço dispõe de acessibilidade arquitetônica
Programação
17.02 • Desmontagem Cênica Lugar da Chuva
Segunda • 08h30 às 11h
Teatro Laboratorio da UFAC
Gratuito e aberto ao público externo
19.02 • Oficina O Ator Fluvial
Quarta • 18h30 às 21h30
Teatro Laboratorio da UFAC
Oficina Gratuita
Para atores e não-atores a partir 14 anos
30 vagas • Inscrições por ordem de chegada a partir das 17h
Trajar roupas confortáveis e apropriadas para trabalho de corpo
Acessível em LIBRAS
21 e 22.02 • Espetáculo LUGAR DA CHUVA
Sexta e Sábado • 20h
Usina de Arte João Donato
Gratuito
Abertura da bilheteria às 19h
https://www.facebook.com/fremitoteatro
Assessoria de Imprensa
Cleide Santos
(68) 99207-0569