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Em noite em que ‘Anora’ foi consagrado, ‘Ainda Estou Aqui’ faz história

Atualizada em 03/03/2025 07:34

“Ainda Estou Aqui” faz história em noite que consagrou “Anora” no Oscar 2025

O Oscar 2025 entra para a história como o primeiro no qual o Brasil foi
premiado. “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, levou a estatueta de
melhor filme Internacional e inseriu o cinema brasileiro na galeria de vencedores
da Academia.

A relevância dessa conquista, numa festa ouvida em rojões e panelaços nas
cidades brasileiras, não deve ser diminuída porque o filme não arrematou as
outras duas categorias nas quais estava indicado: melhor atriz, com Fernanda
Torres, e simplesmente o prêmio máximo da noite, o de melhor filme.

Nessas categorias, o filme brasileiro cedeu espaço a “Anora”, grande vencedor
na cerimônia, com cinco prêmios. Quatro deles foram entregues nas mãos de
Sean Baker, que além de receber o Oscar de melhor filme, levou também nas
categorias de direção, roteiro original e montagem.

Ele precisou de alguma criatividade para tantos discursos ao subir ao palco. Já
o prêmio de melhor atriz foi para a jovem Mikey Madison, que interpreta a
personagem que dá título a “Anora”.

No papel de uma trabalhadora sexual do Brooklyn, ela se casa numa relação
impulsiva com o filho de um oligarca russo. E, obviamente, a família do rapaz é
totalmente contrária ao matrimônio.

Sim, é verdade: o grande vencedor da noite do Oscar 2025 é mesmo uma
comédia romântica, mas o diretor Sean Baker conseguiu contá-la de uma
maneira singular, levando esse subgênero cinematográfico a uma outra escala
de qualidade.

Logo após o anúncio da vitória da atriz de “Anora”, internautas brasileiros já
reclamavam do resultado com veemência. Havia a expectativa de que talvez
Fernanda Torres pudesse não ganhar diante da entrega do prêmio a Demi
Moore. Para os fãs, se isso viesse a acontecer, Fernanda teria deixado o
Oscar escapar para a consagração de uma atriz com mais de 40 anos de
carreira.

Mikey Madison nasceu em março de 1999, o mesmo mês no qual Fernanda
Montenegro deixou de ganhar um Oscar que foi parar nas mãos de Gwyneth
Paltrow, também na época muito jovem.

O fato de Fernanda Montenegro também ter sido dirigida por Walter Salles em
“Central do Brasil”, pelo qual foi indicada, ajudou a criar uma perspectiva um
tanto mística da torcida para que a filha conquistasse, 26 anos depois, o
prêmio que a mãe não tinha recebido. Mas ninguém gostou muito de ver mais
uma vez uma atriz brasileira ser preterida diante de alguém muito jovem, que
ainda não se provou seu talento.

foto 2

ikey Madison levou a estatueta de Melhor atriz por sua atuação em “Anora”
Imagem: Rich Polk/Penske Media via Getty Images

A ordem geral para os fãs brasileiros é comemorar esse feito inédito do cinema
nacional, pela primeira vez ganhando um Oscar. Não é nada fácil, e todos
devem celebrar a conquista de Walter Salles, Fernanda Torres, Selton Mello e
toda a equipe do filme.

“Anora” acabou sendo o grande vencedor numa noite na qual a premiação ficou
um tanto “pulverizada”. Num balanço da distribuição de estatuetas, quatro filmes
aparecem com dois prêmios: “O Brutalista”, “Duna: Parte 2”, “Wicked” e “Emilia
Pérez”.

Este último tinha o maior número de indicações, 13, mas sua candidatura
perdeu praticamente toda a força quando declarações polêmicas da atriz Karla
Sofía Gascón levaram a internet a uma oposição furiosa ao filme francês.

Apesar da qualidade inquestionável de “Ainda Estou Aqui”, não é incorreto dizer
que o enfraquecimento de “Emilia Pérez” facilitou sua vitória, mesmo que isso
seja algo não muito agradável para os fãs brasileiros.

Os outros prêmios de atuação tiveram vitórias que já eram esperadas. Adrien
Brody levou melhor ator por “O Brutalista”. As estatuetas de coadjuvante
masculino e feminino ficaram, respectivamente, com Kieran Culkin, por “A
Verdadeira Dor”, e Zoe Saldaña, de “Emilia Pérez”. Eles tinham conquistado
desde janeiro todos os prêmios oferecidos nessas categorias.

Além do Brasil, a Letônia também fez história no Oscar. A animação “Flow”, que
mostra um gatinho preto em busca de um novo lugar para morar, venceu
“Divertida Mente 2”, que bateu todos os recordes mundiais de bilheteria entre
desenhos animados. Foi uma vitória do talento diante do poder das bilheterias.

A cerimônia teve boas surpresas. A primeira delas foi deixar de lado as
performances protocolares das cinco músicas indicadas ao Oscar de melhor
canção. Foram substituídas por números musicais temáticos, que incluíram três
canções numa apresentação das duas atrizes de “‘Wicked”, Cynthia Erivo e
Ariana Grande, um mix de músicas de filmes do James Bond interpretadas por
várias cantoras bastante populares, e uma performance de Queen Latifah em
homenagem ao compositor e produtor musical Quincy Jones, morto no ano
passado.

Também foi destacada a boa apresentação de Conan O’Brien, apresentador de
talk shows que foi bem em sua primeira escalação como condutor da festa.
Nas redes sociais, brasileiros reclamaram de uma piada que ele fez com “Ainda
Estou Aqui”, dizendo se tratar de um filme em que o marido da mulher
desaparecesse.

Ele disse que sua mulher gostou de assistir. Um pouco de atitude ranzinza dos
brasileiros, já que ano após ano o apresentador do Oscar, seja quem for, faz
piadas com todos os indicados, algumas bem mais pesadas e ferinas do que
essa.

Foi possível sentir na escolha dos astros que entregariam os prêmios uma
preocupação em resgatar alguns atores e atrizes que já fizeram sucesso há
algum tempo.

O time desses apresentadores incluiu Goldie Hawn, 79, que venceu como atriz
coadjuvante em 1970, no filme “Flor de Cacto”, Daryl Hannah, 64, de “Kill Bill”,
e, para encerrar a noite, a dupla Meg Ryan, 62, e Billy Crystal, 76, que
relembraram o casal da comédia de sucesso “Harry e Sally :Feitos Um para o
Outro”, hit nas bilheterias em 1989.

Vale registrar a presença de Mick Jagger, que entregou o prêmio de melhor
canção para “El Mal”, de “Emilia Pérez”, e foi aplaudido de pé por uma plateia
entusiasmada quando apareceu no palco. Mesmo os maiores astros
do cinema veneram loucamente um Rolling Stones.

Oscar 2025: Confira como foi a premiação que deu o primeiro Oscar para o Brasil

Os vencedores das principais categorias da 97ª edição do Oscar,
que teve como destaque o filme “Anora”, que ficou com cinco
estatuetas.

Melhor filme: “Anora”

Melhor diretor: Sean Baker, “Anora”

Melhor ator: Adrien Brody, “O Brutalista”

Melhor atriz: Mikey Madison, “Anora”

Melhor ator coadjuvante: Kieran Culkin, “A Verdadeira Dor”

Melhor atriz coadjuvante: Zoe Saldana, “Emilia Perez”

Melhor roteiro original: Sean Baker, “Anora”

Melhor roteiro adaptado: Peter Straughan, “Conclave”

Melhor filme internacional: “Ainda Estou Aqui” (Brasil)

Melhor filme de animação: “Flow”

Melhor documentário: “No Other Land”

Melhor edição: Sean Baker, “Anora”

Melhor figurino: Paul Tazewell, “Wicked”

Melhor maquiagem e cabelo: “A Substância”

Melhor canção original: Clement Ducol, Camille e Jacques Audiard, “El
Mal”, de “Emilia Perez”

(UOL)

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