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sábado, 19 de abril de 2025
O RIO BRANCO
Policial

Caso Vitória: suspeito preso foi desmentido pela esposa em depoimento

Atualizada em 09/03/2025 15:02

Imagem:

Uma contradição em depoimento foi um dos fatores que levou à prisão de
Maicol Antonio Sales dos Santos por suspeita de envolvimento na morte de
Vitória Regina Souza, 17, em Cajamar (SP).

O que aconteceu

Suspeito afirmou à polícia que na noite de 26 de fevereiro, quando Vitória
desapareceu, estava em casa com a esposa. No entanto, a companheira
dele disse que estava na casa da mãe dela, onde ficou até o dia seguinte, e só
falou com ele por mensagem.

Maicol é dono do veículo Corolla que teria sido visto no local onde Vitória
desapareceu. Vizinhos afirmaram que perceberam uma “movimentação atípica”
na casa do suspeito naquela noite. Uma testemunha disse que ele entrava e
saía da garagem e afirmou a amigos que o carro teria “ficado bom”.

“Não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento
de Maicol com os fatos investigados”, escreveu juíza em despacho. A
magistrada Juliana Junqueira foi a responsável por decretar a prisão temporária
do suspeito.

Outro lado: a reportagem busca contato com a defesa do suspeito. O
espaço está aberto para manifestação.

Suspeito também pediu para que publicassem nas redes sociais, segundo
a decisão, que seu envolvimento no caso era “fake news”. A juíza escreveu
que a atitude sugere tentativa de obstrução do processo, o que motivou a
prisão do suspeito, já que considera que ele possa influenciar outros
depoimentos do caso.

Maicol passou por audiência de custódia e exame de corpo delito,
procedimento padrão em casos de prisão, no IML de Franco da Rocha
(SP). Ele chegou ontem à cidade e foi levado de volta a Cajamar nesta manhã,
onde vai ficar detido temporariamente.

A Polícia Civil também pediu a prisão temporária de outro suspeito,
identificado como Daniel Lucas Pereira, mas a Justiça negou. Porém, a
juíza autorizou busca e apreensão na casa dos dois investigados.

Relembre o caso

Imagens mostram quando Vitória sai do trabalho e caminha em direção a
um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro. Ela entra no primeiro ônibus e
manda mensagem para uma amiga como se estivesse bem, segundo o
delegado Aldo Galiano.

Filmagem de câmera de segurança mostra jovem caminhando até ponto de ônibus em Cajamar (SP)
Imagem: Reprodução/RecordTV

Depois, ela pega um segundo ônibus e suspeita de dois homens. Vitória
manda outra mensagem para a amiga dizendo que estava com medo de estar
sendo seguida.

Vitória desce do ônibus, enquanto um dos homens continua no veículo e
o outro desembarca. Esse segundo suspeito a acompanha até um ponto de
ônibus próximo à casa dela, de acordo com a investigação. A partir desse
momento, o Corolla é visto. Ela também fala para a amiga que dois rapazes em
outro veículo, um Yaris, “mexem” com ela.

Gustavo Vinícius Moraes, ex-namorado de Vitória, também é
investigado. A polícia já sabe que ele estava próximo do local do crime no
momento em que Vitória desapareceu e ignorou uma mensagem dela.

Naquela noite, ela pediu uma carona após sair do trabalho, mas Gustavo
não respondeu. Normalmente, Vitória fazia o trajeto com o pai, mas o carro da
família estava em uma oficina mecânica e ela teria que fazer o percurso a pé.

Em seu primeiro depoimento, Gustavo Moraes alegou que não viu a
mensagem porque estava em um encontro com uma menor de idade e só
acessou o WhatsApp por volta das 4h. Porém, a polícia descobriu que ele
acessou o aplicativo de mensagens antes e respondeu apenas um “ok” às
mensagens da família de Vitória sobre o desaparecimento.

Corpo de Vitória foi encontrado na última quarta-feira com sinais de
tortura no bairro Ponunduva, zona rural de Cajamar. Ela foi degolada,
estava com a cabeça raspada e tinha marcas de facada no rosto. As mãos
dela estavam enroladas em um saco plástico para evitar que as unhas ficassem
com algum resquício de DNA dos assassinos, afirmou o delegado Aldo Galiano.

A polícia também investiga se o PCC está envolvido com o crime. Segundo
o delegado, a jovem foi encontrada com o cabelo raspado —o que é
considerado um sinal deixado pela facção paulista por traição amorosa. Galiano
também disse que, há quatro meses, um integrante do PCC foi preso na região
onde o corpo foi encontrado.

Os policiais encontraram ontem um local para onde Vitória foi levada
antes do crime, segundo a Secretaria de Segurança Pública. A pasta
informou apenas que o local foi periciado e “alguns objetos” foram apreendidos.

*Com informações do UOL

 

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