Integrando a 11ª Semana Nacional de Mobilização para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, no âmbito da Campanha Coração Azul no Acre, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), deu início nesta terça-feira, 29, ao Seminário Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, no auditório da Secretaria de Estado Educação e Cultura (SEE).
A campanha junto com a semana de mobilização teve início nesta segunda-feira, 28, na terceira noite da Expoacre, com conscientização e orientações ao público. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre o tráfico de pessoas, sensibilizar os tomadores de decisão e promover ações eficazes para combater esse crime. O símbolo do coração azul representa tanto a tristeza das vítimas quanto a frieza daqueles que comercializam seres humanos, remetendo também ao compromisso da ONU na luta contra violações à dignidade humana.
Na solenidade de abertura, a secretária adjunta Amanda Vasconcelos representou a vice-governadora Mailza Assis e frisou que essa política tem sido conduzida pela secretaria com seriedade, sensibilidade e muito empenho. “Essa data é importante porque promove a sensibilização da sociedade sobre as várias formas de tráfico, que vão desde a exploração sexual e o trabalho escravo, até a comercialização de órgãos. Estamos falando da transformação de seres humanos em produtos de mercado. E, sinceramente, não consigo imaginar algo mais frio e desumano do que isso”, declarou.
Julho marca o mês mundial de combate ao tráfico de pessoas, já o dia 30, especificamente, marca o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, conhecido como o Dia do Coração Azul, símbolo da campanha global de enfrentamento a esse crime tão cruel.
“É um trabalho conjunto de muitas mãos, ninguém aqui pode trabalhar sozinho, cada pessoa aqui representa as suas organizações. É um trabalho realmente conjunto e é um prazer estar aqui”, disse a representante da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Iamara Andrade.
A presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos (CEDH) e diretora da SEASDH, Joelma Pontes, destaca que o Acre ocupa uma posição delicada, localizado em uma região fronteiriça, entre a Bolívia e o Peru, que configura um cenário mais sensível e vulnerável.
“O enfrentamento ao tráfico de pessoas exige mais do que boa vontade. Exige humanidade, rede de apoio fortalecida, capacitação dos nossos servidores, escuta ativa de qualidade e, sobretudo, uma atuação intersetorial integrada, firme e constante. É necessário investimento em prevenção, acolhimento e proteção integral das vítimas. Só assim vamos conseguir romper esse ciclo de violência e exploração”, abordou.
Hoje, o tráfico de pessoas não se trata apenas de jornada exaustiva, o cerceamento da liberdade de locomoção ou servidão por dívida, segundo o superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Leonardo Lani, “o trabalho degradante também passou a ser reconhecido legalmente como forma de escravidão moderna”.
O combate ao tráfico de pessoas é feito em conjunto com diversos órgãos como a Polícia Rodoviária Federal que realiza desde a abordagem inicial, por meio de entrevistas especializadas feitas pelos policiais. Guilherme Souza, representando a PRF, destaca que a instituição tem aperfeiçoado suas técnicas para reconhecer indícios de tráfico de pessoas.
[Agência de Notícias do Acre]