Atualizada em 21/10/2024 10:31
Qual o ex-prefeito da cidade de São Paulo e qual o ex-governador do Estado de Estado que conseguiu chegar à presidência da nossa República? Nenhum, nenhum, pelo ao menos após a nossa redemocratização, ou seja, a luz da nossa atual constituição. Antes, porém, apenas o ex-prefeito da cidade de São Paulo, Jânio Quadros, havia conseguido chegar a nossa presidência. Isto no já bastante distanciado ano de 1.953.
Assim sendo, por que as disputas pelas duas referidas unidades da nossa federação sempre se sobrassem quando entram as disputas pela sua prefeitura, e mais ainda, pelo governo do Estado de São Paulo? Na recente disputa pelas prefeituras dos nossos 5.570 municípios, não apenas a nossa grande imprensa, assim, como, a maioria das nossas inúmeras redes sociais dedicaram a quase totalidade se suas exposições a disputa pela prefeitura da cidade de São Paulo. Volto a perguntar: por quê?
Eu que tenho o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em boa conta, seja como político seja como gestor público e, portanto, como um potencial candidato a presidente da nossa República, se me fosse dado a oportunidade de questioná-lo assim me pronunciaria: você ou mais precisamente, Sua Excelência, encontra-se em condições para quebrar a tradição, a de nenhum ex-governador do Estado de São Paulo ter conseguido chegar a presidência de nossa República?
Eu que sou contrário a polarização Lula/Bolsonaro, não apenas pelos males que a mesma já nos proporcionou e, sobretudo, pelos males que ainda poderão advir, gostaria de ver a nossa atividade isenta de personalismos. Concordo com o que disse o imortal Bertoldo Brecht: maldito é o país que precisa de heróis. Heróis mortos sim, vivos jamais.
Lamentavelmente e presentemente, mas que nunca, os nossos partidos políticos, enquanto instituições indispensáveis a nossa e a qualquer outra democracia, acabaram transformados em legendas para acomodar candidaturas, por vezes, são até alugados. Para tanto basta avaliarmos a quantidade dos nossos congressistas que já abandonaram os partidos através dos quais conseguiram seus respectivos mandatos.
Não sou favorável ao bi-partidarismo, e sim a liberdade partidária, porém, sou visceralmente contra a anarquia que tomou de conta do nosso atual sistema. A própria candidatura de Pablo Marçal a prefeitura da cidade de São Paulo, filiado a um inexpressivo partido, o PRTB, não encontra justificativa em nenhum país que preze pela sua democracia.
Precisamos sim, e urgentemente, que a nossa atual legislação político-partidária seja lançada na lixeira da nossa história, e em seu lugar venha outra que contribua para o fortalecimento da nossa democracia.