A eleição do novo prefeito de New York pôs em cheque, a confiança dos partidos políticos, nos EUA.
Não irei me reportar a uma democracia qualquer e nem a uma cidadezinha qualquer, e sim, a cidade de New York, o espaço humano mais destacado do mundo, sobretudo politicamente. Não que democracia dos EUA já tenha atingido a prefeita, e sim, por sê-la a menos imperfeita do mundo, e neste particular, se prestar como escola. .
Em seu primeiro discurso como prefeito, recém eleito da exuberante cidade de Ney York, Zoham Mandani veio confirmar que nem mesmo nos EUA, a polarização política “direita/esquerda” evitou a sua surpreendente vitória, mesmo tendo que enfrentar a ferrenha oposição que o presidente Donald Trump lhes havia feito.
Em termos religiosos e em sendo os eleitores dos EUA majoritariamente cristãos, Zoham Mamdani nunca escondeu a sua crença mulçumana. Outro obstáculo que ele teve de enfrentar, o de ter nascido na Uganda, justamente numa quadra em que os imigrantes nos EUA estão enfrentando os mais terríveis e temíveis obstáculos.
Declaradamente adepto do regime socialista e por esta motivação o presidente Donald Trump já chegou a ameaçá-lo de toda sorte de retaliações. Daí a pergunta que não pode calar: o que haveremos de esperar da gestão do recém eleito prefeito de New York?
E o que tem a ver a eleição do prefeito Mandini com as nossas futuras eleições? Tem muitas coisas e a principal delas diz respeito ao nosso avacalhado sistema partidário, que de tão anárquico possibilitou que Fernando Collor de Melo e Jair Bolsonaro chegasse a presidência da nossa República filiado a dois partidecos, o PRN e o PSL, cujos restos mortais só poderão ser encontrados nos cemitérios em que foram depositados.
No nosso país, politicamente, nos encontramos numa situação ainda pior que àquela que possibilitou a eleição do novo prefeito de New York, posto que, a despeito da evidente possibilidade do presidente Lula conquistar seu 4º mandato, os seus opositores sequer conseguem chegar a um denominador comum, e até já empunharam a bandeira dos EUA, em homenagem ao radical de direita, Donald Trump.
A nossa democracia nada tem a ganhar e muito tem a perder caso a nossa polarização política se mantiver, até porque, segundo Bertolt Brecht, maldito é o país que precisa de heróis.
Enquanto os nossos partidos não forem levados a sério e se prestarem como escola para os nossos eleitores, enquanto o nosso mercado eleitoral for mantido com recursos públicos, via fundo eleitoral, fundo partidário e emendas parlamentares nos nossos orçamentos públicos, as nossas eleições perderão suas partes mais significativas.

