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quarta-feira, 26 de novembro de 2025
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Pesquisadores registram novas espécies de carrapatos no Acre e revelam presença inédita no Brasil

Um estudo conduzido por pesquisadores do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Acre (Ufac) resultou no registro de novas espécies de carrapatos na região da Amazônia Ocidental brasileira. A pesquisa, publicada na renomada revista científica Acta Tropica, também trouxe descobertas relevantes sobre infecções por bactérias do gênero Rickettsia e apresentou as primeiras evidências moleculares da presença da espécie Amblyomma crassum em território brasileiro.

O trabalho foi desenvolvido pelos pesquisadores Simone Delgado Tojal e Dionatas Ulises de Oliveira Meneguetti, entre os anos de 2018 e 2022. As coletas de amostras foram realizadas em diferentes municípios do Acre, envolvendo habitats naturais e hospedeiros como anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

Entre os principais achados da pesquisa está a identificação de Amblyomma crassum no Brasil, espécie que, até então, havia sido registrada apenas na Colômbia. Outro destaque é o primeiro registro no estado do Acre do gênero Haemaphysalis e da espécie Haemaphysalis juxtakochi.

Com esses novos dados, o número de espécies de carrapatos conhecidas no Acre chega a 26, o que representa cerca de 48% de todas as espécies descritas no Brasil. Segundo o artigo, trata-se de uma representatividade significativa, considerando que o estado ocupa menos de 2% do território nacional.

O estudo também investigou a relação ecológica entre carrapatos e aves, além de testar amostras para a presença de Rickettsia, bactéria responsável por doenças como a febre maculosa. Os resultados apontam para conexões inéditas entre espécies de parasitas e hospedeiros.

A pesquisadora Simone Tojal destacou o caráter multidisciplinar do trabalho e a relevância das descobertas para a saúde pública e ambiental. “Encontramos relações nunca antes descritas entre carrapatos e aves. Estudos como este exigem a colaboração de profissionais de diversas áreas, com foco na saúde animal, ambiental e humana”, afirmou.

Dionatas Meneguetti, coautor do estudo, reforçou a importância da continuidade dessas pesquisas. “Investigar os carrapatos da nossa região é essencial para a vigilância epidemiológica e para prevenir a transmissão de doenças. Precisamos ampliar os estudos para outras áreas do Acre, que ainda não possuem dados consolidados sobre a fauna de parasitas”, concluiu.

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