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quarta-feira, 26 de novembro de 2025
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Serviço social do PS aproxima famílias de pacientes sem documentos

O Pronto-Socorro de Rio Branco tem se consolidado, em 2025, como referência na condução de situações que demandam não apenas atenção médica imediata, mas também uma complexa articulação social e institucional. De janeiro a setembro, 72 pessoas deram entrada na unidade sem qualquer forma de identificação, o que corresponde a uma média de dez casos mensais. Nessas circunstâncias, o serviço social assume papel estratégico, coordenando esforços para assegurar que cada paciente receba não apenas o cuidado clínico necessário, mas também o reconhecimento de sua identidade e a preservação de seus direitos.

Assim que um paciente não identificado chega à unidade, a equipe do serviço social aciona de imediato o Instituto de Identificação, responsável pela coleta das impressões digitais e emissão do prontuário civil, muitas vezes no mesmo dia. Quando a identificação não ocorre no mesmo instante, o processo é ampliado por meio da Polícia Civil, que atua em parceria com o hospital na tentativa de localizar familiares.

Assistente social em ação de acolhimento e orientação. Foto: Tiago Araújo/Sesacre

A mobilização envolve ainda a rede socioassistencial do município composta pelos Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), também o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro POP e a Rede SUS, com apoio das Unidades Básicas de Saúde e de agentes comunitários, que verificam possíveis endereços de referência. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), por sua vez, fornece informações adicionais quando é responsável pelo resgate do paciente.

Nos casos em que os recursos locais se esgotam, a demanda é encaminhada à Assessoria de Comunicação da Sesacre, que faz a interlocução com a imprensa e utiliza os canais digitais oficiais para ampliar a busca por familiares. Em situações que envolvem pessoas de outros estados ou países, a atuação se estende a instâncias federais, como a Polícia Federal.

De acordo com a coordenação hospitalar, um dos maiores desafios ocorre quando o paciente não mantém vínculos familiares ou quando, mesmo localizados, os parentes não desejam retomar contato. Apesar das dificuldades, os resultados positivos reafirmam a importância da atuação integrada.

“Recentemente conseguimos identificar um paciente que estava desaparecido havia três anos. A família havia espalhado cartazes em seu município de origem desde 2021 e somente pôde reencontrá-lo graças à atuação conjunta entre o Pronto-Socorro, o Instituto de Identificação e a divulgação realizada pela imprensa. Esse caso mostra o quanto nosso trabalho ultrapassa os limites físicos do hospital e ressignifica histórias de vida”, explicou Lourenço Vasconcelos, gerente geral do Pronto-Socorro.

As ações acontecem de forma integrada com outras instituições: Foto: Tiago Araújo/Sesacre

Mais do que executar encaminhamentos burocráticos, o serviço social atua como elo essencial entre o hospital, o paciente e as redes de apoio externo. A atuação envolve acolhimento, escuta qualificada, apoio emocional e orientação, assegurando que a alta hospitalar ocorra de forma planejada e segura.

“O serviço social ajuda a ligar os pontos: identifica o paciente, busca familiares, articula serviços e garante que ele não saia daqui desamparado. Nosso compromisso é também zelar pelos direitos, mediar conflitos e assegurar que o cuidado seja integral, humano e justo”, ressaltou Larissa Souza, coordenadora do serviço social do Pronto-Socorro.

Larissa é coordenadora do serviço no PS. Foto: Tiago Araújo/Sesacre

Ao devolver nome e história a pessoas que chegam em condição de anonimato, o hospital reafirma a missão do Estado em assegurar dignidade, cidadania e continuidade do cuidado em saúde. O trabalho conjunto entre saúde, segurança pública e assistência social traduz o compromisso do Governo do Acre em garantir que, mesmo nas situações mais adversas, nenhum cidadão seja privado do direito à identidade e ao amparo.

[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO ACRE]

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