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sábado, 24 de maio de 2025
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Governadores e líderes globais encerram a 15ª Reunião da GCF Task Force no Acre com anúncio de Nova Economia Florestal e leitura da histórica Carta do Acre

Atualizada em 23/05/2025 17:02

O encerramento da 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force), realizado nesta sexta-feira, 23, em Rio Branco, no Teatro Universitário da Ufac, foi marcado por um momento histórico para todos os envolvidos: o anúncio de importantes iniciativas para o financiamento climático e o lançamento da Carta do Acre, documento que sintetiza os compromissos assumidos ao longo dos cinco dias de evento com representantes de 43 estados subnacionais de 11 países, responsáveis por mais de um terço das florestas tropicais do planeta.

Liderado pelo governador do Acre, Gladson Camelí, e pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o ato final simbolizou o fortalecimento da atuação conjunta entre estados, povos indígenas e governos nacionais no combate às mudanças climáticas e na preservação das florestas.

“Quero agradecer a todos que contribuíram para o sucesso deste evento. Foi uma semana de intenso diálogo, cooperação internacional e construção de soluções concretas. O Acre mais uma vez se firma como referência na agenda ambiental global e viva a GCF e todos os estados que o compõem”, declarou Camelí.

O marco do TFFF e os novos aportes

Entre os anúncios de maior impacto, destacaram-se as iniciativas ligadas ao Tropical Forest Forever Facility (TFFF) — mecanismo inovador de financiamento climático que será apresentado pelo Brasil durante a COP30 em Belém, e que visa captar recursos de longo prazo para remunerar ações de conservação e desenvolvimento sustentável baseadas na floresta em pé.

A ministra Marina Silva celebrou o avanço da arquitetura de financiamento apresentada durante o encontro:

“Aqui no Acre vimos nascer não apenas projetos, mas uma verdadeira estrutura de governança climática, que envolve diferentes ministérios, o BNDES, organizações da sociedade civil e, principalmente, os estados e suas comunidades. O Fundo Amazônia, por exemplo, está novamente operante e já demonstra resultados concretos com aportes históricos”, afirmou a ministra.

A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, anunciou o primeiro contrato do programa Amazônia na Escola, articulado entre os Ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, da Educação e do Desenvolvimento Social. O programa destina R$ 24 milhões para ações educacionais e de segurança alimentar em comunidades amazônicas, com execução iniciando no Acre. “Este é um momento de retomada efetiva, com o Fundo Amazônia operando em pleno vapor e os recursos já chegando às pontas. O SAC Amazônia será protagonista nessa agenda estratégica”, destacou Campello.

Outro projeto já em andamento, conforme Marina Silva, é o investimento de R$ 45 milhões do Fundo Amazônia no fortalecimento de brigadas de bombeiros em todos os estados da Amazônia, essencial no enfrentamento a incêndios florestais.

Carta do Acre

Durante a cerimônia de encerramento, foi lida a Carta do Acre, assinada por todos os representantes da GCF Task Force. O documento reafirma o compromisso das jurisdições subnacionais com a construção de Novas Economias de Base Florestal, sustentáveis, inclusivas e orientadas pela bioeconomia, restauração de áreas degradadas e valorização dos povos indígenas e comunidades locais (IPLCs).

“O sucesso do TFFF depende da ação e das lideranças subnacionais”, afirma a carta. Os signatários celebram a liderança do Brasil na proposição do mecanismo, mas reforçam que sem a integração dos estados subnacionais, a mudança não será possível. O texto enfatiza que os governos locais já estão realizando grande parte do trabalho necessário para mitigação e adaptação climática, como políticas de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) e modelos inovadores de pagamentos por serviços ambientais.

“Queremos contribuir ativamente com o desenho do TFFF. Temos conhecimento de campo, estamos na linha de frente e precisamos que os mecanismos nacionais e internacionais nos reconheçam como protagonistas dessa agenda”, explicou o secretário do Meio Ambiente do Acre, Leonardo Carvalho, durante coletiva à imprensa. Ele também destacou que as propostas discutidas no Acre serão levadas à COP30 como subsídios concretos para a formatação final do TFFF.

Cooperação internacional e desafios futuros

Além da presença de governadores brasileiros, a reunião contou com a participação de líderes subnacionais da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, México, Indonésia e outros países tropicais. O intercâmbio de experiências reforçou o caráter internacional do evento e o papel das regiões tropicais na agenda climática global.

[Agência de Notícias do Acre]

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