Atualizada em 15/04/2025 17:55
Em alusão ao Abril Indígena, mês dedicado à valorização da cultura e identidade dos povos originários, a Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE) realizou, nesta terça-feira, 15, no Museu dos Povos Acreanos, em Rio Branco, um seminário voltado à discussão sobre a implementação da Lei nº 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena na educação básica.
O evento reuniu educadores, gestores escolares, assessores pedagógicos, coordenadores e representantes do movimento indígena, promovendo um espaço de escuta, aprendizado e ressignificação.
O seminário teve como foco central a inclusão real e cotidiana da história e cultura indígena nos currículos escolares, superando abordagens pontuais ou meramente comemorativas. A atividade também dialogou com a mudança de nomenclatura do tradicional “Dia do Índio”, celebrado em 19 de abril, que passou oficialmente a ser denominado “Dia dos Povos Indígenas” com a promulgação da Lei nº 14.402/2022.
Durante o evento, Lídia Cavalcante, chefe do Departamento de Formação e Assistência Educacional (Defae), destacou a importância da formação contínua dos profissionais da educação para a efetiva implementação da lei.
“Afinal de contas, os povos indígenas não estão só nas aldeias, eles estão nas escolas da zona urbana. Precisamos saber como acolher, como trabalhar pedagogicamente com esses alunos e também garantir que todos sejam informados de forma científica. A cultura indígena foi, por muito tempo, trabalhada de forma fantasiosa ou até preconceituosa nas escolas. Hoje, buscamos resgatar e apresentar sua verdadeira história”, declarou.
O Acre abriga 18 povos indígenas, espalhados em 36 terras indígenas localizadas em 12 dos seus municípios. No entanto, há presença indígena nos 22 municípios do estado, o que reforça a importância de uma educação que contemple e valorize a cultura e identidade desses povos em todo o território.
Nedina Yawanawá, diretora da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas do Acre (Sepi), ressaltou a relevância do seminário como espaço de troca de saberes e fortalecimento das políticas públicas voltadas aos povos originários.
[Agência de Notícias do Acre]