Atualizada em 29/10/2024 09:46
Não se faça de desentendido, até porque, o grande vencedor das últimas eleições foi a compra de votos
Para financiar as suas campanhas eleitorais, em nosso país, os candidatos passaram a contar com o fundo eleitoral e o chamado fundo partidário. Juntos somam, anualmente, mais de R$-5,0 bilhões. Esta dinheirama provém do orçamento geral da nossa própria união.
Dada as pressões dos nossos parlamentares, notadamente, dos nossos deputados federais e dos nossos senadores, o bem bom, ou seja, as chamadas emendas parlamentares acabaram estabelecidas, e aí sim, o nosso mercado eleitoral se agigantou, afinal de contas, além de superar os R$-50,00 bilhões, os recursos derivados das referidas emendas são obrigatoriamente liberados, ainda que em prejuízos da nossa saúde, educação e segurança pública, as nossas mais urgentes necessidades.
Ao disporem de tanta grana, os prefeitos que disputaram às suas próprias reeleições, majoritariamente, saíram vitoriosos, independente das suas próprias suas gestões. O mercado eleitoral na nossa mais recente disputa municipal obedeceu à antidemocrática regrinha: “pagou, levou”.
Em assim continuando, ou seja, caso as tais emendas parlamentares continuem prevalecendo, as nossas disputas a nível municipal, passarão a ser um jogo de cartas marcadas, até porque, é no referido nível que o mercado eleitoral se revelada mais presente e efetivo.
A propósito, nem a polarização Lula/Bolsonaro, cantada em verso e prosa, conseguiu resistir ao mercado eleitoral que aconteceu nas nossas últimas eleições municipais. A ver: o PT do presidente Lula, no 2º turno, só conseguiu eleger o prefeito de Fortaleza, e como se diz na linguagem futebolística, no finalzinho do 2° tempo.
De outro lado, a meninada radical e raivosa do bolsonarismo foi derrotada em Fortaleza, em Belo Horizonte, em Goiânia, em Curitiba e em Palmas. Por estas e tantas derrotas nem o próprio Jair Bolsonaro, em seus mais angustiantes momentos, chegou a imaginar.
Em Belo Horizonte, apoiado por Jair Bolsonaro, pelo governador Zema e pelo exibido deputado federal, Niikolas Ferreira, o candidato por eles apoiado, Bruno Engler, acabou derrotado.
Na disputada pela prefeitura de São Paulo aconteceu de tudo, e a se destacar, os rasgados e merecidos agradecimento que o vencedor, Ricardo Nunes, dirigiu ao governador Tarcísio de Freitas, seu cabo-eleitoral nº 1, e a pouca referência que ele fez ao próprio Jair Bolsonaro.
Por último: quem saiu ganhando ou perdendo, pessoal e/ou partidariamente, a partir dos resultados das últimas eleições municipais? Ninguém, afinal de contas, jamais existiu, no nosso país, a menor correlação entre as nossas eleições municipais e as nossas eleições gerais.