23.3 C
Rio Branco
domingo, 20 de abril de 2025
O RIO BRANCO
Política

Moraes reconhece falta de provas contra preso pelo 8 de janeiro

Atualizada em 13/10/2024 16:06

Ministro votou por absolvição de Vitor Manoel de Jesus


Alexandre de Moraes, ministro do STF Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes apontou a falta de provas contra um morador de rua de 23 anos que se encontra preso por suposto vandalismo nos atos do 8 de janeiro. Em julgamento na Corte, iniciado nesta sexta-feira, o magistrado votou pela absolvição do jovem.

– Não há provas de que o denunciado tenha integrado a associação criminosa, contribuindo para a execução ou incitação dos crimes e arregimentação de pessoas, mais ainda por sua condição de extrema vulnerabilidade e ausência de discernimento por sequer saber o que seria “golpe de Estado” ou “deposição do governo” – ponderou o magistrado.

O morador de rua em questão se chama Vitor Manoel de Jesus, e conforme depoimento dele prestado às autoridades, morava nas ruas de São Paulo antes de ser convidado por uma mulher a viajar até Brasília de ônibus às vésperas dos atos que pediam intervenção militar no país.

Vitor, então, teria aceitado a proposta a fim tentar melhorar de vida. Ele sustenta que permaneceu no QG do Exército somente para se abrigar e alimentar.

– Em São Paulo, estava difícil a situação. Diante da situação que eu estava, qualquer lugar está bom – disse ele à Justiça.

Durante a invasão dos prédios das Praças dos Três Poderes, ele relata ter acompanhado e multidão até o Senado e se limitado a orar.

O jovem também disse não ter ideais políticos e que sequer conhece o conceito de “golpe de Estado”.

– No orfanato onde eu estava [quando mais novo] nem [se] falava de política – relatou ele, que foi abandonado pela mãe e viveu em um orfanato durante parte de sua vida.

Embora Moraes tenha se manifestado em favor da presunção de inocência do rapaz, a PGR (Procuradoria Geral da União) pediu a condenação dele, por enxergar autoria clara de que houve crime.

A Defensoria Pública da União (DPU), por sua vez, ressaltou que não há material genético do jovem nas amostras coletadas nos locais das depredações, e afirmou que as provas mencionadas no relatório dizem respeito somente aos supostos organizadores do evento.

O julgamento sobre o caso de Vitor, que acontece no plenário virtual do STF, se estenderá até o próximo dia 18 de outubro.

Pleno News

Artigos Relacionados

Em ato, deputados e senadores pedem impeachment de Moraes

Raimundo Souza

Prisão é o fim da minha vida, estou com 70 anos, diz Bolsonaro

Raimundo Souza

TSE retoma nesta 3ª julgamento que pode cassar Sergio Moro

Jamile Romano

Investigação sobre fraude no cartão de vacina de Bolsonaro é arquivada

Raimundo Souza

Governo Lula já destinou R$ 1,4 bilhão a cidades de aliados

Raimundo Souza

Pressionado pelo projeto da anistia, Motta avalia cenários; veja opções na mesa

Raimundo Souza