Atualizada em 12/12/2023 16:25
Os cachorros de Milei e os passarinhos do Maduro
Já são dois os chefes de Estados no nosso paupérrimo continente latino-americano, politicamente falando-se, que já se declararam orientados por seres de outras espécies, não apenas por seres humanos: antes, Nicolás Maduro, havia dito que já havia conversado com um passarinho e dele ouviu uma mensagem do seu padrinho político, o já falecido, Coronel Hugo Chaves, transmitindo-o que estava feliz e cheio de amor em razão da liberdade do seu povo.
Já em relação ao recém empossado presidente da Argentina, Javier Milei, bem mais explicitamente, ele já havia demonstrado que era orientado pelo seu cachorro Conan, morto em 2017, de quem clonou quatro filhotes, presentemente, tratados como seus netos de quatro patas. Por diversas vezes, o próprio Javier Milei apresentou sua família canina nos principais programas da televisão argentina.
Se o prazo de validade dos aconselhamentos enviesados daqueles que ascende ao poder acaba se esvaindo, Nicolás Maduro vê-se na maior encruzilhada, se é que o mesmo passarinho que intermediava suas conversas com o seu eterno líder, Hugo Chaves, o orientou invadir a outrora Guina Inglesa, hoje, considerado um país livre e soberano.
Em relação ao presidente da Argentina, Javier Milei, se sua proclamada família canina o ajudou a chegar ao poder, decerto uma coisa, não será com os aconselhamentos do falecido Conon e menos ainda dos seus filhotes: Murray, Milton Robett e Lucas, que o mesmo alçará a Argentina ao seu glorioso passado.
Derrotar o peronismo, particularmente, nas eleições próximas passadas, não poderia causar a menor surpresa, ainda que o vencedor, no caso, Javier Milei, viesse a prometer algo absolutamente impossível de ser realizado, como foram as suas esdrúxulas promessas, entre elas, a dolarização da sua moeda, o peso argentino, o fim do banco central do seu país e o fim do relacionamento da Argentina com o Brasil e a China, seus principais parceiros comerciais.
Ainda bem que o próprio Javier Milei, antes mesmo da sua posse, já revogou alguns dos seus rosários de asneiras, tanto as políticas quanto as econômicas, e com certeza, já deve ter deixado de se orientar pelos seus familiares de quatro patas, afinal de contas, tirar a Argentina da gravíssima crise que se encontra é um desafio praticamente desumano, porém inalcançável para quem venha se aconselhar com os cães e com os passarinhos.
Por último: só espero que o presidente Javier Milei saiba driblar suas fantasiosas promessas e venha transformá-las em proveito dos bastantes sofridos e angustiados argentinos.