Atualizada em 23/10/2024 09:37
Ninguém ganhou até porque não será a base do ódio que politicamente sairíamos vencedores
Particularmente, ainda que a minha opinião tenha pouquíssima ou nenhuma importância, seja para os muitos que estão se sentido satisfeito com os resultados das últimas eleições, seja para os muitos que estão insatisfeitos, lamento e profundamente, como se dão os nossos processos eleitorais. Volta lembrar: é o tamanho da dose que transforma um remédio em veneno, e na atividade política, vem ser as dosagens de ódios.
Nada contra os eleitos, menos ainda contra àqueles que não lograram êxito, e sim, contra a nossa disfuncional legislação política, partidária e eleitoral, certamente, a pior, em todo o mundo. Nossos partidos políticos, infelizmente, tem se prestado tão somente como legenda para abrigar candidaturas, ainda que os eleitos, deles se afastem quando bem lhes convier. Ciro Gomes e Jair Bolsonaro, já pertenceram a nove partidos.
Nossa legislação eleitoral chegou a um nível tão baixo que passou a permitir que os nossos parlamentares, e em todos os níveis, possam trocar de partido, ou mais precisamente, de legenda, levando consigo o mandato que havia adquirido em razão do coeficiente eleitoral da legenda que resolveu abandoná-lo. No quesito fidelidade partidária nossa nota é zero.
A propósito, a nossa própria legislação não apenas passou a prestigiar a infidelidade partidária como estabeleceu um período, denominado de janela partidária, o cúmulo dos absurdos, pois através dela os nossos detentores de mandatos podem mudar de partido sem sequer comunicar aos partidos através dos quais obtiveram seus respectivos mandatos. A própria denominação “janela partidária”, não poderia ser adequada, posto que, são pelas janelas e não pelas portas que os fugitivos se evadem.
Exemplos que poderíamos extrair das democracias que se dão ao mínimo respeito, como a dos EUA e a da Inglaterra, não têm se prestado para orientar e fortalecer a nossa democracia. Nos EUA apenas dois partidos predominam quando seus postos de comando político entram em disputa, lá o partido republicano e o democrata. Na Inglaterra, não mais que três partidos se sobressaem, enquanto isto, no nosso país, tanto no nosso Congresso Nacional quanto nas nossas demais casas parlamentares. Nada menos que 20 partidos políticos integram o nosso Congresso Nacional. Jamais deveria ser quantidade dos nossos partidos políticos, e sim, suas qualidades que deveriam conduzir as decisões políticas do nosso país. Do mau exemplo representado pela candidatura de Pablo Marçal a prefeitura de São Paulo, poderemos extrair algo de fundamental importância, até porque, filiado ao PRTB, um dos nossos mais inexpressivos partidos políticos, por muito pouco o dito cujo não conseguiu chegar ao 2º turno da referida disputa ou até mesmo a vitória.