Atualizada em 10/12/2023 13:30
A eleição do presidente Javier Milei, na Argentina, irá se prestar para alimentar a nossa guerra “Lula/Bolsonaro”.
Se Javier Milei, presidente aleito da Argentina, antes de convidar o presidente Lula para se fazer presente a sua posse, marcada para o próximo dia 10 dezembro, já havia convidado o ex-presidente Jair Bolsonaro, só restará ao presidente Lula se sentir desconvidado.
Porém, se o ex-presidente Jair Bolsonaro antecipando-se aos fatos, tenha se convidado para comparecer a referida solenidade, resta-nos chegar a uma única e isolada conclusão, o dito cujo, quando esteve no poder e agora fora dele, jamais teve o menor respeito ao que se denominou chamar de liturgia política, isto um dos pré-requisitos para quem esteve ou esteja afastado do poder.
Decerto uma coisa, se convidado ou não, em comparecendo a posse do presidente Javier Milei, o ex-presidente Jair Bolsonaro acabou criando alguns arranhões para o futuro relacionamento entre o Brasil e a Argentina, e em prejuízo dos dois países.
Que os presidentes Lula e Milei sejam capazes de superá-los é o que esperamos. Do contrário, seus dois países irão pagar um preço bastante alto, posto que, se o relacionamento entre ambos sempre foram proveitosos, se rompidos, ambos só terão a perder.
Para os eleitores argentinos, entendo o quanto difícil foi ter que escolher, em 2º turno, Sérgio Massa ou Javier Milei, afinal de contas, governar a Argentina, na dificílima situação em que a mesma se encontra, parece ser um desafio aparentemente insuperável.
Em favor do eleito, Javier Milei, diga-se: se sua vitória foi alcançada democraticamente, e se seu opositor, Sérgio Massa, de pronto, reconheceu a sua própria derrota, em princípio, nada melhor poderia ter acontecido. Nas democracias, quem ganha e quem perde numa disputa eleitoral, as alimentam. Para nós, brasileiros, basta avaliarmos os prejuízos que restaram da acirrada polarização entre os lulistas e bolsonaristas, como se ainda estivesse restando um provável 3º turno.
Volto a repetir: se entre países não existem amizades, e sim interesses, que as divergências pessoais entre Lula e Milei sejam deixadas de lado e não venham influir quando os interesses dos seus respectivos países estiverem em jogo.
Não deve interessar aos argentinos que a gestão do presidente Lula resulte num desastre, e nem aos brasileiros, que a gestão Milei se torne igualmente desastrosa. Em isto acontecendo, tanto Brasil quanto a Argentina muito terão a ganhar. Sendo assim, o radicalismo político há que contido, do contrário, não apenas o Brasil e a Argentina, assim como o mundo, só perderão, posto que, a virtude encontra-se no meio.