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sábado, 3 de maio de 2025
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Sobrevivente de acidente que matou dois na Via Verde sai da sedação e já reconhece familiares no Acre

Atualizada em 03/05/2025 17:28

Fábio Farias de Lima segue internado na UTI do PS após mais de duas semanas — Foto: Reprodução

Fábio Farias de Lima saiu da sedação no início desta semana, contudo, segue na UTI recebendo cuidados intensivos. Monitor de alarme da Empresa VIP está internado desde o último dia 17 após ser atropelado por Talysson Duarte na Via Verde.

Internado há mais de duas semanas, o monitor de alarme Fábio Farias de Lima saiu da sedação e já começou a interagir e reconhecer os familiares. A informação é de uma amiga da família repassada ao g1 AC neste sábado (3).

A mulher, que pediu para não ter o nome divulgado, contou que Fábio saiu da sedação no início desta semana, contudo, segue na UTI recebendo cuidados intensivos.

“Ele está bem melhor, já faz fisioterapia, não está ciente ainda, mas já tiraram toda sedação dele. Já reconhece a esposa e alguns amigos”, resumiu.

Fábio é funcionário da Empresa de Vigilância VIP e foi atropelado, juntamente com mais dois colegas de trabalho e uma motociclista, na Via Verde, em Rio Branco, no último dia 17. Ele teve diversas fraturas pelo corpo, passou por cirurgias e precisou, inclusive, de doações de sangue.

Talysson Duarte é o condutor que dirigia a caminhonete e invadiu a pista contrária atingindo três motocicletas, duas dos funcionários da Empresa VIP e outra da autônoma Raiane Xavier. O acidente causou a morte instantânea de Macio Pinheiro da Silva.

Carpegiane Lopes, Fábio Farias e Raiane Xavier foram socorridos com vida e levados para o Pronto-Socorro de Rio Branco. Cerca de três dias depois, Carpegiane Lopes morreu na UTI do PS.

Já Raiane Xavier recebeu alta no mesmo dia da batida. Em entrevista ao g1, ela criticou o motorista da caminhonete por não ter prestado assistência às vítimas.

Motorista liberado

No dia do acidente, a PRF foi chamada, isolou a área e acionou a perícia e o Instituto Médico Legal (IML).

À Rede Amazônica Acre, a equipe policial que estava na ocorrência informou que retirou o motorista do local com medo de represálias, mas que ele seria apresentado na Delegacia de Flagrantes (Defla) para depoimento e demais procedimentos

Ainda no local do acidente, a PRF afirmou que pegou os dados do motorista e o depoimento, porém, por conta da comoção e do baixo efetivo, ‘permitiu que Talysson deixasse o local’. Com isso, o motorista não foi apresentado na delegacia no dia do acidente, sendo liberado.

Talysson Duarte é apontado como o condutor da caminhonete que invadiu a pista contrária atingindo três motocicletas no AC — Foto: Arquivo pessoal

Talysson Duarte é apontado como o condutor da caminhonete que invadiu a pista contrária atingindo três motocicletas no AC — Foto: Arquivo pessoal

A PRF chegou a divulgar uma nota argumentando que o motorista foi liberado por possível risco à sua integridade por conta da revolta no local. A corporação contestou ainda a alegação de que o suspeito foi protegido por supostamente ser integrante de forças de segurança.

O deputado federal e marido da dona da Empresa VIP, coronel Ulysses Araújo, chegou a criticar a liberação do condutor e pediu explicações à PRF-AC.

O Ministério Público Estadual (MP-AC) divulgou no dia 23 de abril que instaurou um procedimento para acompanhar as investigações. As causas do acidente são investigadas pela 1ª Delegacia Regional da Polícia Civil.

A defesa de motorista afirmou que o cliente alega que carro derrapou em pista molhada. O veículo teria aquaplanado.

Protesto

Familiares e amigos de mortos em acidente fizeram manifestação no Acre — Foto: Aline Pontes/Rede Amazônica

Familiares e amigos de mortos em acidente fizeram manifestação no Acre — Foto: Aline Pontes/Rede Amazônica

Os familiares e amigos de Macio Pinheiro da Silva e Carpegiane Lopes fizeram uma manifestação na na última quinta-feira (1º) pedindo justiça pelas mortes dos dois. O protesto aconteceu na entrada da Ponte Metálica Juscelino Kubitschek, que dá acesso do Primeiro ao Segundo Distrito.

O irmão de Mácio, Marcos Antônio, explicou que a principal reivindicação da família é a falta de clareza quanto aos procedimentos feitos sobre o motorista da caminhonete.

“Que a justiça seja feita, nós estamos pedindo justiça para isso. Ele cometeu um acidente brusco, um acidente que saiu batendo em todo mundo. Ele perdeu o controle do veículo, então, ele poderia ter parado e ter analisado que ele tinha matado alguém ali e ter ele mesmo ter tentado socorrer às vítimas, mas ele não fez isso”, assegurou ele.

A empresária Shirley Fernandes, sobrinha de Macio, comentou que a morte do tio foi muito impactante para todos e a família só busca que o culpado seja responsabilizado.

Sobrinha de Mácio e tio de Carpegiane fazem parte de manifestação pedindo justiça — Foto: Aline Pontes/Rede Amazônica

Sobrinha de Mácio e tio de Carpegiane fazem parte de manifestação pedindo justiça — Foto: Aline Pontes/Rede Amazônica

“O rapaz saiu do local, não prestou atendimento. Foram quatro vítimas, duas que já faleceram, uma está no hospital tentando sobreviver e a outra está acamada, então a gente quer que a justiça seja feita. A gente precisa de uma resposta”, comunicou durante a manifestação.

O tio de Carpegiane, Francisco Freitas, diz que após 16 dias do acidente, a família segue pedindo que sejam reconhecidos os erros dos policiais e que as condutas inadequadas sejam punidas.

“Não temos respostas da maneira correta como foi feita a condução dos agentes da . Nós estamos aqui para discordar veementemente do posicionamento da PRF. O que queremos é a punição do assassino e que ele venha a prestar assistência às famílias”, disse ele.

O que diz a PRF

A Polícia Rodoviária Federal (PRF-AC) assegurou que os procedimentos adotados sobre o acidente foram corretos. O chefe da seção de operações, Nelis Newton, recebeu os familiares na sede do órgão e segundo ele, esclareceu que os procedimentos adotados pela polícia foram os corretos, embasados no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

“O boletim de acidente foi preenchido pelos colegas que atenderam a ocorrência e o procedimento adotado foi o correto. O condutor prestou todos os esclarecimentos lá no local, fez o teste de etilômetro [bafômetro], era devidamente habilitado, então não havia motivo pra sua prisão em flagrante. A legislação prevê que nessa situação não haja prisão do condutor envolvido no acidente”.

O chefe de operações ainda completou que em razão de toda a repercussão que teve em cima do caso, será aberto um procedimento interno.

“Será feita uma apuração preliminar, especificamente sobre isso, sobre os procedimentos adotados, e foi esclarecido isso pra família. Qualquer outra informação que não compete a PRF, a gente não tem como informar”, finalizou.

Veja clicando aqui o vídeo:

*Com informação do G1Ac

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