Categoria denuncia quebra de acordos após dois anos de negociação e critica tentativa do governo de judicializar o movimento grevista.
Rio Branco, AC – O clima é de tensão entre os servidores da saúde estadual e o governo do Acre. Na manhã desta terça-feira (18), profissionais da área realizaram um ato de protesto na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), exigindo a imediata revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR).
O movimento ocorre em resposta ao que a categoria classifica como falta de diálogo e descumprimento de prazos por parte da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
Impasse Judicial e Mobilização
Segundo as lideranças sindicais, a Sesacre ingressou com um pedido judicial para impedir a deflagração de greve. No entanto, a medida não intimidou os trabalhadores, que decidiram manter a mobilização na Casa Legislativa.
Alesta Costa, presidente do Sindicato dos Profissionais Auxiliares, Técnicos de Enfermagem e Enfermeiros do Acre, reforçou que o movimento é legítimo diante da estagnação das conversas.
“A Sesacre entrou com o pedido na justiça para embargar a greve, que é um direito do servidor. Mas entendemos que esse movimento é necessário. Viemos para a Aleac e vamos decidir em plenária os próximos passos. Temos uma proposta firme de acamparmos na sede da Sesacre até que o PCCR seja resolvido”, declarou a presidente.
“Proposta Surpresa” e Quebra de Confiança
O ponto central da revolta dos servidores não é apenas a demora, mas a mudança nos termos do que havia sido acordado. De acordo com Alesta Costa, após dois anos de negociações em mesas redondas, a gestão apresentou uma proposta diferente da que foi construída com a categoria.
“O sindicato foi tolerante. Negociamos na mesa por dois anos, abrindo espaço, cedendo quando necessário. Mas chegamos até aqui e, para nossa surpresa, a Sesacre cria uma proposta que não foi a negociada”, desabafou Costa.
A sindicalista também apontou o desgaste gerado pelos sucessivos adiamentos de reuniões com os gestores, o que, segundo ela, minou a credibilidade das negociações e forçou a categoria a radicalizar o movimento nas ruas e no parlamento.

