Publicado em 07/08/2025
Diante da crescente tensão política e da obstrução dos trabalhos no plenário físico, o Senado Federal decidiu retomar nesta quinta-feira (7) as votações por meio de sessões remotas, nos moldes do que foi adotado durante a pandemia da Covid-19.
A decisão partiu da Mesa Diretora da Casa como uma alternativa para driblar os protestos e manobras regimentais de senadores da oposição, que têm impedido o avanço das pautas em plenário. Nos últimos dias, o ambiente se tornou ainda mais conturbado, com discursos inflamados, pedidos de adiamento e falta de quórum para votações presenciais.
Para garantir o mínimo de funcionamento do Legislativo, os senadores participarão das deliberações por videoconferência, diretamente de seus estados, como ocorreu entre 2020 e 2022, durante o período mais crítico da crise sanitária. A estrutura de votação eletrônica e participação remota, que segue ativa, foi reativada pela presidência do Senado com rapidez.
A pauta da sessão desta quinta-feira inclui projetos considerados estratégicos pelo governo e por setores do Congresso, como matérias econômicas e propostas voltadas à área social. A expectativa é de que o formato remoto possibilite a aprovação de textos que vinham sendo sucessivamente travados.
A volta ao “modo pandemia” é vista como uma manobra institucional para evitar o colapso dos trabalhos legislativos. No entanto, a medida também tem gerado críticas de parte dos senadores, que alegam falta de transparência e prejuízo ao debate político presencial.
Ainda não há prazo definido para o retorno ao funcionamento pleno e presencial das sessões no Senado. Nos bastidores, parlamentares já falam em intensificar as negociações para tentar desobstruir o ambiente político e evitar que o impasse se prolongue.