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Reféns começam a ser libertados pelo Hamas após início de cessar-fogo

Atualizada em 19/01/2025 16:45

Roni Gonen, Doron Steinbrecher e Emily Damari abraçam suas respectivas mães, Meirav, Simona e Mandy, após serem libertadas pelo grupo terrorista Hamas – Forças Armadas de Israel/via Reuters

Imagens mostram as israelenses chegando a uma praça no centro da Cidade de Gaza e sendo entregues à Cruz Vermelha

Reuters

Reféns mantidos há cerca de 15 meses na Faixa de Gaza começaram a ser libertados neste domingo (19), tal qual previsto pelo cessar-fogo acordado entre Israel e o grupo terrorista Hamas que entrou em efeito mais cedo.

Imagens transmitidas pela TV mostraram três reféns israelenses chegando a uma praça no centro da Cidade de Gaza, no norte do território, e sendo entregues à Cruz Vermelha. Romi Gonen, 24, Emily Damari, 28, e Doron Steinbrecher, 31, são vistas caminhando sem ajuda, cercadas por uma multidão de membros do Hamas. O Exército israelense confirmou que as três apresentam boa saúde.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou quando as três foram entregues às suas forças. Em nota, afirmou que suas famílias já tinham sido informadas sobre a libertação e declarou que o governo “está comprometido em trazer todos os reféns e desaparecidos para casa”.

Em Tel Aviv, centenas de israelenses em uma praça do lado de fora do quartel-general da Defesa assistiram à transmissão ao vivo de Gaza mostrando a libertação das reféns em uma tela gigante. A multidão aplaudiu, abraçou e chorou enquanto três reféns entravam em um veículo.

Segundo os termos do cessar-fogo, o Hamas informaria à Cruz Vermelha um ponto de encontro dentro de Gaza e a organização iria até o local para encontrar os reféns e levá-las de volta a Israel.

Logo depois, militares israelenses disseram que Romi Gonen, Doron Steinbrecher e Emily Damari se reuniram com suas mães em Israel, perto do kibutz e do local em que acontecia o festival de música em que foram sequestrada no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 que deu origem ao conflito.

O Exército israelense tinha pedido anteriormente que as mães das três reféns fossem a um ponto de encontro em uma base militar próxima à fronteira com Gaza.De lá, elas acompanhariam as filhas enquanto elas eram encaminhadas para um hospital. Helicópteros militares estavam de prontidão para levá-las para um check-up inicial.

Nos próximos dias, elas serão examinadas por uma equipe médica especial no hospital Infantil Safra, no Centro Médico Sheba. O hospital fornecerá roupas novas, artigos de higiene e refeições preparadas especialmente.

As três eram as primeiras reféns a serem libertadas nesta fase do cessar-fogo. Em troca de cada uma, 30 palestinos mantidos em prisões israelenses devem ser soltos.

Na Cisjordânia, ônibus aguardavam a libertação de prisioneiros palestinos em poder de Israel. O Hamas disse que o primeiro grupo a ser libertado em troca dos reféns inclui 69 mulheres e 21 adolescentes.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, se manifestou sobre o acordo em sua rede social Truth Social. “Os reféns começam a sair hoje! Três jovens maravilhosas serão as primeiras”, disse.

Horas mais tarde, o atual presidente, o democrata Joe Biden, também se manifestou. “Hoje as armas em Gaza silenciaram”, disse o mandatário em seu último dia no cargo.

“O caminho para esse acordo não foi nada fácil, foi um longo caminho”, disse Biden. “Mas chegamos a esse ponto hoje por causa da pressão que Israel construiu sobre o Hamas, apoiado pelos Estados Unidos.”

Em uma enxurrada de declarações, Trump e Biden vêm disputando o crédito por alcançar cessar-fogo entre Israel e Hamas.

Antes mesmo da divulgação oficial do trato, Trump buscou vincular, em post em sua rede social, o êxito à sua vitória eleitoral, ocorrida em novembro. Apesar do tom conciliador, Biden afirmou mais de uma vez que os termos do acordo são os mesmos que o seu governo havia proposto em maio do ano passado.

 

A pausa nos enfrentamentos estava prevista para começar às 8h30 no horário local (3h30 em Brasília), mas uma denúncia, por parte de Israel, de que o Hamas não tinha enviado a lista de reféns a serem soltos fez o horário atrasar, fazendo com que ela só tivesse início às 11h15 (6h15 de Brasília).

O Hamas afirmou que alguns dos nomes da relação estavam de fato errados, e disse estar investigando o episódio.

O grupo terrorista deve libertar 33 reféns israelenses, incluindo todas as mulheres, crianças e homens acima de 50 anos em sua posse, ao longo das próximas seis semanas, duração prevista para a primeira fase do acordo.

Israel diz há, no total, 98 reféns sendo mantidos em Gaza. Destes, 94 foram sequestrados no 7 de Outubro e 4 estão na faixa desde 2014.

Em contrapartida, o governo de Israel pode soltar até 1.904 palestinos detidos em suas prisões, sendo que 737 deles foram acusados ou condenados por ameaças à segurança nacional israelense.

Caso esses números sejam obedecidos, a proporção de reféns para prisioneiros libertados nesta primeira etapa seria de 1 para 19. As cifras dependem do ritmo de devolução dos reféns, porém, tanto nesta quanto nas próximas etapas.

O entendimento, mediado por Egito, Qatar e Estados Unidos, suspende uma guerra iniciada após um mega-ataque do grupo terrorista contra Israel em 7 outubro de 2023 matar cerca de 1.200 pessoas —outras 250 foram sequestradas e levadas para Gaza.

A ofensiva militar de Israel, por sua vez, resultou na morte de quase 47 mil pessoas em Gaza segundo autoridades ligadas ao Hamas, além de ter forçado o deslocamento da maioria da população do território palestino.

*Com informações da Folha UOL

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