Atualizada em 10/12/2023 13:30
Cada vez mais me convenço que entre países não existem amizades, e sim interesses. Não fosse assim, a Arábia Saudita seria um dos países mais isolados do mundo, posto que, lá não existem organizações partidárias e nem eleições, e segundo a revista britânica, The Economist, entre 167 nações pesquisadas, a Arábia Saudita aparece entre as 10 mais autoritárias do mundo. Que mais precisaria ser dito para que possamos avaliar a natureza do seu regime?
Denominado de monarquia absoluta, os poderes executivo, legislativo e judiciário da Arábia Saudita são exercidos pelo seu príncipe regente este, necessariamente, descendente do rei Abdul-al-Aziz Saud. Presentemente, todos estes poderes são exercidos pelo atual príncipe-regente, Mohammad Bin Salmon, um jovem com menos de 40 anos de idade. Detalhe: foi das suas mãos ou de mãos por ele determinado, que o então presidente Jair Bolsonaro recebeu, a título de presente, as milionárias jóias que ora tanto o incomodam, política e moralmente.
Como tenho a mais completa aversão ao tiranete Nicolas Maduro, atualmente, presidente da Venezuela, pelas mesmas razões jamais viria aplaudir o autoritarismo vigente do regime saudita. A não ser quando sou levado a reconhecer que entre países não existe amizades, e sim, interesses. A propósito, os próprios EUA têm a Arábia Saudita como um dos seus mais proveitosos parceiros.
Para além de se constituir no país nº 01, em todo o mundo, na exportação de petróleo e seus derivados, ainda por cima, a Arábia Saudita mantém entesourado, não se sabe quanto, mas estima-se, um montante que se vai além dos bilhões e bilhões dos chamados petrodólares.
Enquanto Jair Bolsonaro presidiu a nossa República, a Arábia Saudita foi o destino preferencial e, portanto, o mais visitado pelas nossas delegações. Nada menos que 150 visitas foram realizadas nos quatro anos que ele esteve no poder. Com um patrimônio estimado em R$- 6,85 trilhões, a Casa de Saud vem ser a realeza mais rica do mundo.
Se o ex-presidente Jair Bolsonaro pretendia que parte dessa dinheirama fosse investida no nosso país, nada a contestar, pois esta, certamente, foi à causa que já levou o presidente Lula a visitar a Arábia Saudita, a ditadura buscada por todos os chefes de Estado do mundo.
Neste particular só espero uma coisa: que os bolsonaristas e os lulistas se calem, isto porque, se os bolsonaristas vierem explorar a visita do presidente Lula ao ditador da Arábia Saudita, os lulistas trarão para o debate as jóias recebidas pelo então presidente Jair Bolsonaro.