Atualizada em 18/10/2024 09:38
Na noite do dia 7 de janeiro/2023, mais de 100 ônibus lotados dos chamados “patriotas” aportaram em Brasília.
A pergunta deveria ser bem mais abrangente, portanto, farei: “quem financiou, organizou e planejou as ações acontecidas no nosso país, no dia 8 de janeiro de 2.023?” Este questionamento faz-se absolutamente necessário, até porque, a identificação e o desempenho de cada um dos vândalos, baderneiros, golpistas que invadiu e depredaram as sedes dos nossos três poderes precisam ser identificados e punidos.
Os bolsonaristas chamam os invasores de vândalos e os lulistas de golpistas. Decerto uma coisa: entre os participantes das aglomerações ocorridas nos arredores do Quartel General do Exército de Brasília, de onde partiram para promover o quebra-quebra nas sede dos nossos poderes, muitos deles sequer tinham noção da gravidade dos crimes que estavam participando.
Portanto, estaremos a tratar de um crime, já perfeitamente consumado, mas o mesmo não se pode dizer dos tantos quantos participaram do mesmo, posto que, muitos deles apenas faziam o papel de “bucha de canhão” ou de “Maria vai com as outras”, expressões bastante utilizadas para quem se faz presente a determinadas manifestações sem sequer saber quais são os seus reais objetivos.
Como estamos a tratar de um crime que a nossa própria doutrina jurídica denomina de “crime de multidão”, em assim sendo, as responsabilidades criminais de cada um dos participantes precisam ser devidamente individualizadas, mas para serem, somente as investigações poderão avaliar. Portanto, com a palavra, as instituições competentes para tanto, no caso, a nossa PF-Polícia Federal e o nosso Ministério Público.
Que o dia 8 de janeiro de 2.023 precisa ser relembrado, já que foi a mais grave ameaça a nossa democracia. Quanto à tentativa dos chamados bolsonaristas de excluir o ex-presidente Jair Bolsonaro, não deve se surpreender quando os lulistas entendem que houve uma tentativa de golpe de Estado.
Não importa a denominação que seja dada aos participantes do 08/012023, seja vândalos ou golpistas. De uma coisa poderemos afirmar: a nossa democracia correu o sério risco, por mais uma vez, de ser destroçada.
Golpe de Estado é o tipo de crime que precisa ser evitado, até porque, se consumado, coitadinho dos derrotados, mas se fracassado, àqueles que tenham efetivamente participado, particularmente seus arquitetos, devem ser severamente investigados, e em sendo o caso, severamente punidos. A própria denominação “golpe” fala por si só, até porque, golpe de Estado é a antítese da democracia.