Atualizada em 05/03/2024 10:51
Entre os dias 7 e 8 de janeiro/2023, mais de 100 ônibus lotados dos chamados “patriotas” aportaram em Brasília.
A pergunta deveria ser bem mais abrangente, portanto, farei: “quem financiou, organizou e planejou as ações acontecidas no nosso país, no dia 8 de janeiro/2.023?” O questionamento faz-se absolutamente necessário, até porque, sem a identificação e o desempenho de cada um dos milhares de vândalos, baderneiros, golpistas e paus mandado que promoveram as depredações das sedes dos nossos três poderes, toda sorte de especulações continuarão acontecendo.
Os bolsonaristas chamam os invasores de vândalos e os lulistas de golpistas. Decerto uma coisa: entre os participantes das aglomerações ocorridas nos arredores do Quartel General do Exército de Brasília, de onde partiram para promover o quebra-quebra nas sede dos nossos poderes, muitos deles sequer tinham noção da gravidade dos crimes que estavam participando.
Portanto, estaremos a tratar de um crime, já perfeitamente identificado, mas o mesmo não se pode dizer dos tantos quantos participaram do mesmo, posto que, muitos deles apenas faziam o papel de “bucha de canhão” ou de “Maria vai com as outras”, expressões bastante utilizadas para quem se faz presente a determinadas manifestações sem sequer saber quais são os seus verdadeiros propósitos.
Como estamos a tratar de um crime que a nossa própria doutrina jurídica denomina de “crime de multidão”, em assim sendo, as responsabilidades criminais de cada um dos participantes precisam ser devidamente individualizadas, mas para serem, somente as investigações poderão avaliar. Portanto, com a palavra, as instituições competentes para tanto, no caso, a nossa PF-Polícia Federal e o nosso Ministério Público.
Que o dia 8 de janeiro de 2.023 precisa ser relembrado, já que foi a mais grave ameaça a nossa democracia, não resta à menor dúvida. Quanto à tentativa dos chamados bolsonaristas de excluir o ex-presidente Jair Bolsonaro, denominando de vandalismo, não deve se surpreender quando os lulistas entendem que houve uma tentativa de golpe de Estado.
Não importa a denominação que seja dada aos participantes do 08/012023, seja vândalos ou golpistas. De uma coisa poderemos afirmar: a nossa democracia correu o sério risco, por mais uma vez, de ser destroçada.
Golpe de Estado é o tipo de crime que precisa ser evitado, até porque, se consumado, coitadinho dos derrotados, e se fracassado, àqueles que dele tenham participado se sentirão os donos do próprio poder, e de suas ações, coisas boas jamais acontecerão. A própria denominação “golpe” fala por si só. Golpe é golpe.