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segunda-feira, 1 de dezembro de 2025
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Polícia Militar do Acre é destaque entre lideranças femininas no maior congresso de mulheres policiais da América Latina

Histórias marcantes, debates que desafiam padrões dominantes e uma troca intensa de experiências marcaram o 9º Congresso Brasileiro sobre Mulheres na Polícia, que reuniu centenas de profissionais da segurança pública do país na quinta-feira, 27, e sexta, 28, em Florianópolis (SC). Pela primeira vez em Santa Catarina, o encontro foi realizado na Assembleia Legislativa e se consolidou como a maior edição da história do evento.

A Polícia Militar do Acre (PMAC) levou uma das maiores delegações, com 13 policiais militares, entre praças e oficiais, incluindo representantes do interior do Estado. Integrantes das polícias Civil e Penal também participaram do evento, totalizando 15 participantes do Acre. A presença acreana não passou despercebida. Pelo contrário, ganhou palco, microfone e protagonismo.

Comissão acreana também contou com representantes das polícias Civil e Penal. Foto: cedida

A coronel Marta Renata Freitas, comandante-geral da PMAC e primeira mulher a assumir o comando da instituição no Acre, foi uma das palestrantes mais aguardadas. Em sua apresentação sobre gênero, poder e liderança, a oficial discorreu sobre o impacto da presença das mulheres nas estruturas policiais e os desafios de comandar unindo sensibilidade e firmeza.

Para a coronel, ocupar espaços estratégicos na segurança pública exige coragem e clareza de propósito. “Quando ampliamos o diálogo nas instituições, fortalecemos nossa capacidade de compreender territórios, prevenir conflitos e liderar de forma mais humana e assertiva, sem perder a firmeza no combate à criminalidade”, afirmou.

Coronel Marta Renata Freitas foi uma das palestrantes mais aguardadas. Foto: cedida

A PMAC também esteve no painel Mulheres que Inspiram na Segurança Pública, com relatos de força, vulnerabilidade e superação, apresentados por quem vive a rotina policial.

Troca de experiências

Entre as participantes da delegação acreana, a sargento Rakilene Oliveira, de Feijó, destacou a importância da inclusão das policiais do interior. “Participar do congresso ao lado da nossa comandante-geral e de tantas mulheres fortes do país foi marcante. Representar o interior me encheu de orgulho. Ver a valorização da voz das praças mostra que estamos avançando juntas. Volto com a certeza de que ainda temos muito a conquistar, mas seguimos firmes para que as próximas gerações possam estar onde quiserem”, disse.

Sargento Rakilene Oliveira, de Feijó, estava na delegação acreana. Foto: cedida

O congresso reuniu profissionais de todas as regiões do país, entre policiais militares, civis, federais, rodoviárias federais e penais, além de delegadas, peritas e representantes de diversas instituições. A proposta da edição foi ir além de discussões técnicas. A meta era criar um ambiente de acolhimento e pertencimento, em que cada mulher pudesse reconhecer sua trajetória na história das demais.

A coordenadora do evento, Ana Paula Pacheco, diretora de Políticas para Mulheres da Associação dos Policiais Penais do Brasil, reforçou o caráter simbólico da edição.

Ana Paula Pacheco coordenou o evento. Foto: cedida

“Realizar o congresso em Santa Catarina foi simbólico e necessário. Transformamos a Assembleia Legislativa em um espaço fértil para reflexões profundas e trocas que mudam trajetórias. Reunimos mulheres com vivências reais, dores legítimas e conquistas que marcaram a segurança pública. Ver a maior caravana da história, com 15 agentes do Acre, mostrou a potência da união feminina. Esta edição provou que, quando juntamos essas forças, ninguém segura o avanço das mulheres na segurança pública”, avaliou.

O idealizador do Congresso Brasileiro sobre Mulheres na Polícia, assessor em Relações Governamentais e Presidente do Conselho de Ética do Terceiro Setor, Deyvson Humberto Costa, destacou o caráter histórico da edição. “Foram dias de debates qualificados e integração real. Foi um espaço em que conhecimento e representatividade caminharam lado a lado para fortalecer o protagonismo feminino nas forças policiais. Agradeço a todos que acreditaram no propósito e, de maneira especial, à nossa coordenadora, Ana Paula Pacheco, cuja dedicação fez toda diferença”, destacou.

Deyvson Humberto Costa, idealizador do congresso. Foto: cedida

A dimensão política e simbólica do encontro também chamou atenção. O congresso reforçou que discutir a presença feminina na segurança não é pauta isolada, mas parte da construção de uma sociedade mais justa, plural e consciente. A próxima edição já tem data marcada. Em março de 2026, Minas Gerais sediará o décimo congresso.

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