Publicado em 25/12/2025
Imagem: Reprodução
Antônio de Sousa Moraes, de 22 anos, foi capturado na manhã desta quinta-feira (25) após quatro dias de buscas. Investigação descarta latrocínio e foca em desentendimento entre conhecidos.
RIO BRANCO – O amanhecer deste feriado de Natal trouxe um desfecho aguardado pela sociedade acreana. Nas primeiras horas desta quinta-feira (25), a Polícia Civil do Acre efetuou a prisão de Antônio de Sousa Moraes, 22 anos, apontado como o principal autor do homicídio do jornalista, colunista social e servidor do Ministério Público, Moisés Alencastro. A captura encerra uma caçada de quatro dias e marca uma fase decisiva no inquérito que apura o crime ocorrido na última segunda-feira.
Antônio estava com a prisão preventiva decretada e vinha sendo monitorado por equipes de inteligência, que mapearam possíveis rotas de fuga. Embora detalhes sobre a localização exata da prisão ainda não tenham sido divulgados para preservar diligências em curso, a operação foi considerada bem-sucedida e sem resistência por parte do investigado.
O Rastro do Crime: Do Desaparecimento ao Cenário da Violência
O caso, que chocou o estado pelo prestígio da vítima e pela brutalidade das circunstâncias, começou a ser desvendado após amigos e familiares estranharem o silêncio de Alencastro. O corpo do jornalista foi encontrado na noite de segunda-feira (22), em seu apartamento no bairro Morada do Sol.
A cronologia dos fatos, segundo a Polícia Civil, revela um crime com nuances de proximidade:
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Acesso Facilitado: Não havia sinais de arrombamento no imóvel, indicando que Moisés permitiu a entrada do agressor.
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Violência: O laudo preliminar aponta que a vítima sofreu ao menos cinco golpes de arma branca.
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Subtração de Bens: Foram levados celular, documentos e o veículo da vítima, este último encontrado abandonado no quilômetro 15 da Estrada do Quixadá.
As Provas que Cercam o Suspeito
A identificação de Antônio de Sousa Moraes não tardou. Cruzamento de dados digitais, análise de câmeras de segurança e o rastreamento do celular de Moisés levaram os investigadores até a residência do jovem. No local, foram encontrados objetos pessoais do jornalista.
Além do material físico, relatos colhidos pela polícia indicam que o suspeito teria retornado para sua hospedagem com roupas manchadas de sangue na noite do crime — vestimentas que já foram enviadas para perícia técnica. Outro ponto crucial foi a tentativa de utilização dos cartões bancários de Alencastro em um estabelecimento comercial logo após o óbito.
Motivação: Conflito Pessoal em Pauta
Ao contrário do que se especulou inicialmente, a linha de investigação principal afasta a tese de latrocínio (roubo seguido de morte). Para o delegado Alcino Ferreira Júnior, o caso se configura tecnicamente como homicídio qualificado seguido de furto.
“A principal hipótese é de um desentendimento entre a vítima e os envolvidos”, afirmou o delegado.
As investigações revelaram que Moisés e Antônio se conheciam e mantinham vínculo em redes sociais. O contexto pessoal de Antônio também deve ser analisado: o jovem havia perdido o pai há pouco mais de um mês, em novembro. Em declarações à imprensa local, a família do suspeito afirmou desconhecer o paradeiro do jovem durante o período em que ele esteve foragido.
Próximas Etapas Judiciais
Com a custódia do Estado, Antônio de Sousa Moraes passará por interrogatório oficial para esclarecer a dinâmica dos fatos e a possível colaboração de uma segunda pessoa no crime. A polícia aguarda agora o laudo cadavérico definitivo para consolidar as provas técnicas do inquérito.
O assassinato de Moisés Alencastro interrompe a trajetória de um dos comunicadores mais influentes do Acre, deixando um vácuo no colunismo social e no corpo técnico do MPAC. A Polícia Civil reitera que, apesar da prisão, o caso segue sob sigilo parcial para garantir que todos os envolvidos sejam devidamente responsabilizados.

