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quarta-feira, 14 de maio de 2025
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Acre

Piloto nega transporte de passageiro em avião que caiu em rio no Acre; destino da aeronave era o Pará

Atualizada em 23/05/2024 09:09

Pedro Rodrigues Parente Neto, piloto do avião que caiu no Rio Tarauacá, na cidade de mesmo nome, interior do Acre, na última segunda-feira (20), negou durante depoimento à Polícia Civil que a aeronave levava três pessoas no momento da queda. Segundo o depoimento prestado à Polícia Civil nesta quarta-feira (22), apenas ele e Wesley Evangelista Lopes estavam no avião.

“Lá pro dia 2 de maio o Wesley, eu não conhecia ele, ele mandou mensagem num grupo de spotted de avião, de entusiastas de aviação. Eu só tô nesse grupo pra tentar vender meu curso pro pessoal que gosta de avião. Aí ele me contratou pra fazer um planejamento pra ele”, disse em entrevista ao g1.

Neto disse então a princípio deveria voltar do Pará, mas como, segundo ele, não há locais de abastecimento na Amazônia, orientou Lopes a utilizar o Acre como rota. “Como meu planejamento ficou bom ele me chamou [para pilotar a aeronave]”, contou o piloto.

Ele contesta a versão de que a aeronave levava três pessoas, o que seria acima da capacidade. “Não tinha passageiro, esse cara que se machucou estava em um barco e se machucou afobado para tentar ajudar”, afirmou.

Contudo, conforme informações do Corpo de Bombeiros de Tarauacá, além do piloto e de Lopes, Genésio Rodrigues de Olinda, que mora no Jordão, estava na aeronave. Ele quebrou o nariz, foi atendido no hospital da cidade e transferido para Cruzeiro do Sul na terça-feira (21).

g1 confirmou com um parente de Genésio que ele está bem e segue em Cruzeiro do Sul. O familiar reafirmou que o homem estava na aeronave que caiu no rio.

O piloto foi ouvido pelo delegado Ronério Silva na delegacia da cidade. Lopes não foi localizado pela polícia para prestar depoimento. Wesley Evangelista Lopes foi preso em 2019 por tráfico internacional de drogas e era apontado como chefe de um grupo criminoso preso em 2018 transportando 450 kg de cocaína em um avião bimotor para Manaus.

Neto disse que só foi descobrir nesta quarta (22) a ficha criminal de Lopes. “Eu não aceitaria fazer um negócio desses. Carregar coisa errada e muito menos voar fora do padrão. Sou instrutor de voo e especialista em segurança de voo. Anos de investimento e estudo, eu não iria jogar fora assim”, argumenta. O piloto disse ainda que Lopes não era o copiloto da nave, apenas o contratante.

Na declaração, Pedro Rodrigues Neto, que se apresenta como dono da empresa Céu Livre Aerodesporto, especializada em ‘voos panorâmicos e cursos de pilotagem’, nas redes sociais disse que mora no Rio de Janeiro e foi contratado por Wesley Evangelista Lopes para levar a aeronave do Espírito Santo (ES) para uma cidade no interior do Pará (PA).

A dupla saiu do Espírito Santo no dia 4 de maio. Ainda segundo o depoimento, Pedro Neto disse que decidiu passar pelo Acre por conhecer a rota e os pontos de abastecimento. A dupla fez uma parada na cidade de Feijó, também no interior do Acre, e depois foi para o Jordão.

Quando estava chegando em Tarauacá a aeronave perdeu força, segundo o piloto, e caiu. Neto disse que não sabe o que ocasionou a queda.

A ida até a cidade do Jordão, conforme o depoimento, foi para negociar a venda de aeronaves e porque o piloto deseja fazer um estudo sobre turismo ecológico.

Investigação

O delegado Ronério Silva confirmou ao g1 que investiga se há algum crime envolvido no acidente aéreo. Ele deve ouvir ainda o copiloto Wesley Evangelista Lopes e Genésio Rodrigues de Olinda para levantar mais informações sobre o caso.

“Vou dar continuidade à investigação, não tem flagrante nenhum. Nossa investigação é criminal, o Cenipa investiga as causas. Vamos ficar só na parte criminal, não houve vítimas, qual seria a destinação da aeronave. Não foi encontrado nada, mas são atitudes suspeitas de um avião que teria o destino final o Pará, ter passado por aqui”, resumiu.

Queda

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave tem capacidade para transportar duas pessoas, mas levava três. A situação do avião é considerada regular.

No entanto, ainda de acordo com a Anac, a aeronave não tem autorização para fazer táxi aéreo. Não há informação se era esse tipo de voo que era feito no momento da queda, que ocorreu próximo à Fazenda Santa Luzia. Ninguém morreu e o governo do estado publicou uma nota afirmando que está prestando o apoio necessário aos feridos.

O local onde a aeronave caiu fica a duas horas de distância da área urbana. Na tarde de segunda, bombeiros e populares retiraram a aeronave da água.

[G1]

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