O deputado estadual Fagner Calegário (Podemos) se manifestou publicamente pela primeira vez sobre sua recente condenação judicial durante entrevista concedida ao programa Boa Conversa, Edição Aleac, nesta terça-feira, 2 de setembro. A sentença está relacionada a um concurso público realizado em 2012, época em que ele era proprietário da empresa responsável pela execução do certame.
De acordo com a decisão judicial, Calegário teria autorizado a reprodução de 14 questões idênticas às utilizadas em um concurso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2006. A juíza responsável pelo caso entendeu que a prática comprometeu a integridade e a credibilidade do processo seletivo, que teve mais de cinco mil candidatos.
A pena estabelecida foi de dois anos e quatro meses de reclusão, além de 12 dias-multa. No entanto, a punição será cumprida em regime aberto, substituída por prestação de serviços à comunidade e o pagamento de cinco salários mínimos a uma entidade social.
Durante a entrevista, o parlamentar afirmou respeitar as instituições judiciais, mas disse considerar a pena desproporcional, especialmente por não ter sido o autor direto da elaboração da prova. Segundo ele, a responsabilidade recai sobre o profissional contratado para essa função.
“Por mais que exista a responsabilidade por ser o proprietário da empresa, eu não posso ter a mesma pena daquele que cometeu o crime”, afirmou Calegário, que também é advogado. Ele garantiu que seus direitos de defesa foram respeitados, mas reforçou que vai recorrer da decisão.
Sobre a possibilidade de perder os direitos políticos e ficar inelegível, o deputado minimizou os riscos. Segundo ele, o processo está em trâmite desde 2016 e ainda deve passar por outras instâncias, como o Tribunal de Justiça e, possivelmente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Acredito ser muito pouco provável que não estejamos aptos a disputar as eleições de 2026 para deputado estadual”, disse.
Calegário também comentou sobre rumores de uma possível candidatura a deputado federal, mas afirmou que sua prioridade atual é fortalecer sua base na Assembleia Legislativa do Acre. “Nosso foco agora é consolidar o trabalho na esfera estadual. Brasília continua sendo um sonho, mas é para outro momento”, concluiu.

