Atualizada em 04/10/2024 09:12
O Brasil enfrenta uma das mais severas temporadas de incêndios em duas décadas, levantando questões urgentes sobre a gestão de recursos destinados ao combate às chamas e à proteção ambiental. Enquanto o cenário se agrava, algumas organizações não governamentais (ONGs) estão no centro de uma controvérsia, com relatos de que se beneficiam significativamente de repasses governamentais.
De acordo com dados do Portal da Transparência, as ONGs receberam, este ano, impressionantes R$315,5 milhões, representando 17% de todos os contratos e pagamentos realizados pelo Ministério do Meio Ambiente, liderado por Marina Silva. Esse montante ultrapassa o orçamento somado de órgãos governamentais essenciais, como Ibama, Funai e Embrapa, que juntos receberam R$157,5 milhões. Essa discrepância levanta questionamentos sobre a eficácia do uso dos recursos e o verdadeiro impacto das ações dessas organizações.
A CPI das ONGs, que investigou o uso de verbas públicas, lançou uma sombra sobre a transparência e a responsabilidade dessas entidades. O que se observa é um cenário em que algumas ONGs parecem priorizar a captação de recursos, muitas vezes à frente do próprio combate aos incêndios que devastam florestas e ecossistemas. A Fundação Espírito-santense de Tecnologia (ONG Fest), por exemplo, lidera a lista com um total de R$16,5 milhões recebidos, superando até mesmo os repasses destinados a municípios, como Imperatriz (MA), que recebeu R$14,1 milhões.
A aparente falta de queixas por parte das ONGs em relação aos incêndios pode ser vista como um indicativo de que suas prioridades não estão alinhadas com os interesses da preservação ambiental. O foco em obter recursos parece eclipsar a urgência de ações efetivas e a responsabilidade social que essas instituições deveriam promover.
[O Poder]