Atualizada em 06/03/2024 10:11
O general Freire Gomes, enquanto comandante do nosso Exército, fez o bastante para evitar o golpe?
Embora fosse o comandante do nosso exército o general Freire Gomes, hierarquicamente, era subordinado ao ministro da Defesa, o general Paulo Cesar Nogueira e ao presidente da República da República, Jair Bolsonaro. Portanto, a sua situação era profundamente delicada, posto que, mesmo contrário ao golpe de Estado, ele jamais poderia se insurgir contra os golpistas, pois se assim procedesse teria sido afastado de suas funções, e em seu lugar, outro general, simpático a idéia do golpe, assumiria o seu posto.
A época não se tinha por certo, mas ora sabemos, que o general Freire Gomes era tratado por um determinado grupo, o dos “4 estrelas” das nossas forças armadas, como um “cagão”, denominação que lhes fora atribuída pelo então poderoso general Braga Neto. Ainda assim, o general Freire Gomes soube resistir às pressões, ou como se diz na gíria política, as contínuas frituras que foram arquitetadas.
Muito provavelmente, em razão do seu posicionamento anti-golpe, o general Freire Gomes encorajou o então comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro, Carlos de Almeida Baptista, que embora simpático ao bolsonarismo, passou a divergir dos golpistas. Conclusão: dos três comandantes das nossas forças armadas, apenas o comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier, declarou-se a favor do golpe.
Das provas já colhidas, e são muitas e robustas, embora não possamos afirmar no que resultaria o pretendido golpe de Estado, verdade seja dita: por pouco, muito pouco, o mesmo não se efetivou. Diga-se mais: o mesmo passou a ser alimentado, muito antes das eleições presidenciais próximas passadas. Para tanto, basta que analisemos os assuntos, ou praticamente o único assunto que predominou na reunião ministerial do dia 5 de julho de 2022, acontecida nas dependências do Palácio do Planalto.
De tudo que fora tratado na referida reunião, basta levarmos em consideração a sugestão antidemocrática, levantada pelo então ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno.
Embora interrompido pelo próprio Presidente Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno ainda teve tempo para assim se pronunciar: “o que tiver de ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar um soco na mesa tem que ser antes das eleições, se tiver que virar a mesa, tem que ser antes das eleições.
Felizmente, no meio do caminho a ser perseguido pelos golpistas havia uma rocha, não uma pedra chamada, “General Freire Gomes”.